Artes/cultura
21/03/2023 às 04:00•3 min de leitura
Os cabos submarinos são a espinha dorsal da internet global, permitindo que bilhões de pessoas se comuniquem, trabalhem, estudem, se divirtam e compartilhem informações em todo o mundo. Eles são responsáveis pelo tráfego de 95% dos dados internacionais, permitindo a realização de atividades complexas e cruciais para a sociedade moderna.
A infraestrutura física é construída para ser extremamente resistentes e duráveis, capazes de funcionar sob a pressão extrema do fundo oceano, em correntes fortes e terremotos. Eles são revestidos com materiais resistentes à água salgada e protegidos por várias camadas de isolamento e blindagem para garantir a integridade dos dados que transmitem.
Veja 8 curiosidades sobre os cabos submarinos.
Facebook está construindo o maior cabo submarino do mundo, mas valor do investimento não foi revelado. (Fonte: Facebook/Divulgação)
A instalação dos cabos submarinos é um processo caro e lento, que envolve cuidados para evitar danos a ecossistemas, como recifes de corais e áreas de pesca, além de obstáculos gerais no fundo do oceano.
Os cabos em águas rasas são instalados com jatos de pressão e têm cerca do tamanho de uma lata de refrigerante, enquanto os cabos em águas profundas são muito mais finos. O custo de instalar um cabo submarino é geralmente de centenas de milhões de dólares.
Conexão via satélite pode sofrer com baixa latência. (Getty Images/Reprodução)
Mesmo com os altos custos para transmitir dados pelo fundo do oceano, isso ainda é mais barato do que pelo espaço sideral. Os cabos submarinos também são mais eficientes do que os satélites e podem transmitir informações a 99,7% da velocidade da luz, apresentando uma baixa latência e pouca perda de dados.
Sob a aparente tranquilidade do fundo do oceano, uma série de ameaças podem afetar os cabos submarinos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Os cabos submarinos que formam a internet estão sujeitos a ameaças semelhantes aos cabos terrestres, como danos causados por construções acidentais ou desastres naturais. As âncoras de barcos e a pesca de arrasto também são uma ameaça para esses cabos.
Os tubarões têm 80 dentes afiados que podem ser renovados com facilidade. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Os tubarões foram flagrados roendo os cabos submarinos. Esse hábito é responsável por cerca de 1% das falhas nessa infraestrutura, segundo o Comitê Internacional de Proteção de Cabos. As razões para as mordidas do peixe são desconhecidas, mas podem estar relacionadas ao campo eletromagnético gerado pelo tráfego de dados.
Antes da internet, os cabos transmitiam apenas sinais de telégrafo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Embora sejam fundamentais para manter a internet funcionando, a ideia de instalar cabos submarinos é bem anterior. Em 1854, começou a instalação do primeiro cabo telegráfico transatlântico, que ligava a Terra Nova e a Irlanda. Quatro anos depois, a primeira transmissão foi enviada, marcando um marco histórico na comunicação global.
Como qualquer outro meio de transmissão de dados, as informações enviadas pelos cabos podem ser interceptadas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Durante a Guerra Fria, a União Soviética imaginava que seria muito difícil intercepta uma mensagem enviada pelos cabos submarinos. No entanto, os Estados Unidos instalaram um grampo gigante em um cabo soviético e o procedimento se tornou padrão para as agências de espionagem até hoje.
Brasil resolveu investir US$ 400 milhões para construir conexão direta com a Europa, após a ex-presidente Dilma Rousseff ser espionada pelos EUA. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
O ex-analista da NSA, Edward Snowden, revelou as agências de espionagem dos EUA estavam interceptando dados estrangeiros por meio das linhas de dados que passam pelas águas territoriais e fronteiras americanas. Isso levou ao Brasil a buscar alternativas, com construir um cabo submarino direto com a Europa para evitar a espionagem.
Muitos cabos em operação no Brasil encerram vida útil em 2025. (Fonte: Global Cloud Xchange/Reprodução)
Os 500 cabos em operação no fundo do oceano foram produzidos para durar apenas 25 anos. O problema é que o tráfego de dados vem aumentando substancialmente. A solução para garantir a continuidade da internet é aumentar a eficiência da infraestrutura, com técnicas de modulação de fase e outras melhorias nos equipamentos.