Ciência
24/03/2023 às 12:00•3 min de leitura
Você provavelmente já ouviu falar durante alguma aula de história que a Idade Média também era chamada de Idade das Trevas, época em que o progresso humano foi interrompido e o mundo foi tomado por violência, ignorância e superstição por mil anos. No entanto, não era exatamente assim que as coisas funcionavam.
Embora esse realmente seja um período histórico marcado por guerras e disputas religiosas, a ciência também prosperou na Idade Média — mesmo que em proporções menores do que em outros tempos. Então, para ressaltar esse momento, nós separamos uma lista com cinco pessoas que fizeram a ciência acontecer durante esse período. Olha só!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Embora os cristãos fundamentalistas sempre terem rejeitado a ideia de evolução por causa de sua leitura literal do Gênesis, teólogos como Santo Agostinho de Hipona tinham uma visão um pouco diferente das coisas. Em sua vida, ele chegou a escrever sobre os seis dias de criação e propusesse uma espécie de evolução teísta 1,4 mil anos de Charles Darwin aparecer na cena científica.
Agostinho especulou que foi das águas primitivas que "todos os tipos de animais, plantas e árvores nasceram e se desenvolveram no tempo, cada um de acordo com a sua natureza". Portanto, ele seguia a ideia de que Deus teria criado a forma primitiva de tudo no mundo, mas que as coisas foram evoluindo biologicamente — o que anos mais tarde viraria uma verdade científica.
(Fonte: GettyImages)
Nascido em 980, Eilmer de Malmesbury nunca se apresentou como um monge qualquer. Por volta de 1005, ele acabou se tornando o primeiro aviador da Grã-Bretanha. Durante sua empreitada, ele decidiu saltar da torre de 25 metros da Abadia de Wiltshire utilizando asas improvisadas, deslizando 200 metros antes de cair.
Embora tenha sobrevivido a queda, Eilmer fraturou as duas pernas. Porém, foi esse salto que fez com que ele percebesse que seu fracasso se devia à falta de cauda. O precursor do "Padre do Balão", no entanto, não pode ser considerado um fracasso total. Afinal, sua história inspirou outros gênios inventivos a continuarem sonhando com a possibilidade de humanos voarem.
(Fonte: Wikimedia Commons)
No passado, era comum que os seres humanos voltassem todo o seu foco científico para ciências com aplicações imediatas. Por esse motivo, o estudo de animais nunca foi algo de muita relevância por alguns bons anos, sendo superstições as principais fontes de "informação". No entanto, o teólogo alemão Alberto Magno foi responsável por criar as bases para a zoologia.
Ele foi o primeiro a traçar observações reais da natureza de outros seres vivos. Magno dissecou diversas espécies para encontrar uma ligação entre estruturas anatômicas e comportamento. Assim, foi capaz de agrupar os animais com base em suas capacidades fisiológicas e até mesmo diferencias animais sociais de solitários.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Antes mesmo que Galileu e Isaac Newton fizessem qualquer proposta científica, Jean Buridan foi uma das primeiras pessoas a falar sobre leis de movimento. Como precursor da lei da inércia, Buridan afirmava que um objeto em movimento continuaria se movendo para sempre, a menos que uma força externa o impedisse.
Porém, para que o movimento existisse, um motor seria necessário para transmitir a velocidade inicial. Esse ímpeto seria proporcional ao peso e à velocidade do corpo em movimento — tudo gerado por Deus ao criar as esferas celestes. A ideia de Buridan fez outros filósofos perceberem que apenas um conjunto de leis governava os reinos até então separados do movimento celeste e terrestre.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Copérnico, no Século XVI, seria condenado por dizer que a Terra não era o centro do universo. Porém, suas ideias foram antecipadas no século XIV pelo filósofa e cientista Nicolau de Oresme, que argumentou que as referências bíblicas a uma Terra estacionária não deveriam ser interpretadas literalmente.
Ele se tornou conhecido por usar a matemática para refutar a validade da astrologia, além de ter se oposto ao próprio rei, Carlos V da França, que era um crente fanático. Em uma época de superstição, Oresme se mostrou desconfiado de eventos ocultos e um precursor de uma série de pensamentos críticos.