As 6 ondas de calor mais mortais da história

09/04/2023 às 05:003 min de leitura

Se você achou que 2022 foi um ano com temperaturas acima do normal, saiba que isso não é apenas uma impressão. Segundo o Copernicus, serviço de monitoramento do Clima da União Europeia, o ano passado foi o quinto mais quente já registrado e o oitavo seguido com médias de pelo menos 1?°C acima do esperado.

De incêndios florestais a mortes, todos nós somos vítimas das consequências desse aumento constante de temperatura e ondas de calor extremo. Abaixo, você pode conferir quais foram as piores já registradas.

1. Grécia — 1987

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A Grécia passou por um pico extremo de calor em julho de 1987. Naquele mês, a temperatura em Atenas subiu para 45°C, um calor bastante acima da média para o verão, quando os termômetros costumam marcar até 35?°C. O país entrou em estado de emergência e as autoridades chegaram a receber mais de 6.000 chamadas por dia.

Hospitais que normalmente lidavam com quatro ou cinco autópsias diárias de repente estavam lidando com dezenas. No total, mais de 1.000 pessoas morreram de problemas relacionados ao calor na Grécia naquele mês.

2. Índia e Paquistão — 2015

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A Índia é um país que costuma sofrer com sérias ondas de calor. Por esse motivo, geralmente o país consegue se preparar e evitar maiores consequências. Porém, isso não impediu que mais de 2.000 pessoas morressem no país em 2015, quando os termômetros chegaram a registrar mais de 47?°C durante o verão. Foi registrada até a morte de um taxista enquanto trabalhava no meio do dia.

Para tentar lidar com a situação, o governo começou a construir estações com água gratuita para os cidadãos. A onda de calor também atingiu o Paquistão, onde mais de mil pessoas morreram por conta da temperatura que ultrapassou os 40?°C. O país chegou a sofrer quedas de energia generalizadas depois que as usinas ficaram sobrecarregadas.

3. Oeste dos EUA — 1988

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Em 1988, as altas temperaturas no oeste dos EUA provocaram o incêndio florestal mais destrutivo da história do Parque Nacional de Yellowstone, com mais de um terço da reserva sendo afetada pelo fogo. Mais de 300 bisões, ursos e outros animais morreram, enquanto funcionários do parque tentavam, em vão, conter o incêndio. Temperaturas recordes também foram registradas em 67 cidades diferentes em 23 estados do país.

Além das perdas agrícolas, que totalizaram mais de US$ 44,2 bilhões em alimentos descartados, o país também teve um alto número de mortos. Dados oficiais relatam que pelo menos 5.000 pessoas morreram em consequência direta. Mas o número pode dobrar, se considerar as pessoas que morreram de causas secundárias.

4. América e Europa — 2022

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Chegamos a 2022, quando incêndios foram registrados em diversas partes do planeta em consequência às fortes ondas de calor. No Reino Unido, com a temperatura ultrapassando os 40?°C, os bombeiros registraram milhares de chamadas a mais do que o normal. O mesmo aconteceu na Espanha e em Portugal, que juntos somaram mais de 2.000 mortes diretamente relacionadas ao calor extremo.

Do lado de cá do oceano, a situação não estava muito melhor. No Texas, os termômetros ultrapassaram os 45?°C durante o mês de julho. Quedas de energia e apagões afetaram dezenas de estados e algumas estradas chegaram a entortar sob o forte calor. Foram registradas diversas mortes de animais em fazendas e centenas de pessoas morreram no país devido às temperaturas elevadas.

Leia também: Aclimatação: o fenômeno que explica as diferentes percepções à temperatura

5. Europa — 2003

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Há duas décadas, os europeus testemunharam a onda de calor mais mortal na história recente do continente. No verão de 2003, mais de 30 mil pessoas faleceram. A pior situação aconteceu na França, que registrou mais de 40?°C e teve mais de 14 mil fatalidades.

A onda de calor fez com que usinas nucleares do país falhassem, porque a temperatura da água não permitia que ela resfriasse os geradores. Também foram registrados números altos de mortes em países como a Espanha (4 mil), Alemanha (7 mil) e Itália (1,5 mil).

6. Rússia — 2010

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A onda de calor russa de 2010 foi, de longe, a mais mortal da era moderna — registrada até mesmo no Guinness Book. As autoridades estimam que mais de 56 mil russos morreram vítimas de insolação e exaustão pelo calor de julho.

Outros foram mortos por condições severas de seca que afetaram o abastecimento de alimentos e água, além das milhares de pessoas que perderam a vida devido aos terríveis incêndios florestais que devastaram grande parte do país.

Com a temperatura atingindo os 44?°C, muitas pessoas foram para rios e lagos para se refrescarem e acabaram sendo vítimas indiretas do calor ao se afogarem. Ainda hoje estima-se que o número total de óbitos pode ter ultrapassado os 60 mil.

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