Os problemas destrutivos e mortais da perfuração por petróleo

04/04/2023 às 12:003 min de leitura

A data 27 de agosto de 1859 marca o início da era moderna na perfuração por petróleo, quando o primeiro poço foi cavado por Edwin Drake, na Pensilvânia, por meio da empresa American Merrimac Company.

De lá para cá, o petróleo dominou todos os aspectos da vida moderna, sendo fonte de combustível para transporte, matéria para muitos produtos químicos e usado para fabricar itens cruciais, como válvulas cardíacas e lentes de contato.

Atualmente, o produto representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), enquadrando-se como uma das commodities mais importantes do mundo, com seus derivados de petróleo podendo ser encontrados em tudo, desde equipamentos de proteção individual até roupas. Os lucros combinados de algumas maiores empresas petrolíferas do mundo totalizaram, só em 2022, quase US$ 200 bilhões.

Mas quais são os problemas que a perfuração de petróleo acarreta?

Impacto profundo

(Fonte: CNN/Reprodução)(Fonte: CNN/Reprodução)

Como em tudo que impacta a economia, o debate sobre os problemas na exploração de petróleo se divide entre os efeitos ambientais contra a criação de empregos e a indústria. No início de 2023, o futuro incerto no que diz respeito aos impactos do controverso Projeto Wilow, a movimentação da ConocoPhillips para construir e operar plataformas de perfuração no Alasca, tornou o tópico ainda mais espinhento; despertando medos sobre o quão longe a indústria está indo e como isso pode afetar ainda mais o meio ambiente.

O problema da exploração por petróleo está bem mais fundo do que os clássicos derramamentos de óleo e falhas catastróficas em plataformas de perfuração que estampam capas de jornais no mundo inteiro. Se na superfície a imagem já fica ruim, em águas profundas, onde câmera nenhuma chega, a poluição e perturbação ecológica são ainda piores – e começam muito antes de uma plataforma ser instalada.

(Fonte: Environment/Reprodução)(Fonte: Environment/Reprodução)

Quando equipes de pesquisa enviam seus equipamentos para mapear a região, o processo bombardeia o ecossistema com luz e som não naturais que podem ser detectados a milhares de quilômetros de distância. O ruído prejudica a vida marinha, interrompendo completamente a capacidade de comunicação, podendo até causar danos físicos, em alguns casos.

A instalação das plataformas corrompe para sempre o fundo do mar com sua pressão, infligindo danos irreparáveis a ecossistemas frágeis, como recifes de corais. Além disso, o lixo líquido dessas estruturas, uma mistura de água e óleo, começa a fluir e continua a vazar para o oceano durante toda a operação da plataforma.

A perturbação sem fim

(Fonte: Amazon Frontlines/Reprodução)(Fonte: Amazon Frontlines/Reprodução)

A saúde humana também se deteriora com a perfuração ativa de petróleo. Quanto mais plataformas são instaladas, mais pessoas precisam viver nas proximidades delas. Atualmente, nos Estados Unidos, oito milhões de pessoas vivem próximo do epicentro de atividade, e estão sujeitas a vários tipos diferentes de câncer, sendo o câncer infantil o que mais possui correlação com a operação do petróleo.

Os equipamentos de perfuração têm uma participação na causa de problemas respiratórios, cardiovasculares e neurológicos; além do desenvolvimento de anomalias médicas, como problemas de tireoide e falência de fígado. Enquanto isso, as pessoas que trabalham nessas plataformas estão expostas a altos índices de hidrocarbonetos, associados a danos ao DNA, e a sangramentos nasais até danos neurológicos significativos, oriundos da inalação do gás de sulfeto de hidrogênio.

(Fonte: The New York Times/Reprodução)(Fonte: The New York Times/Reprodução)

No relatório Pessoas e Poluição: Os impactos Sociais dos Derramamentos de Petróleo a Nível Comunitário, Alyssa Gray, do Escritório de Resposta e Restauração, observou que os vazamentos de petróleo causaram um estresse psicológico permanente nas pessoas que viviam perto do local. Isso porque elas sentiam que simplesmente não tinham mais controle de suas vidas ao também serem bombardeadas com a atenção do resto do mundo.

No Sudão e Nigéria, a população local próxima às plataformas sofreu de um fenômeno de exclusão social, uma situação em que a população não tem voz nas decisões em todo o país, nem ganha nada dele. Entre os efeitos estão a perpetuação da pobreza, eliminação de oportunidade para membros da comunidade, e destruição de terras importantes para a população local, dificultando ou impossibilitando as tradições culturais. 

Tudo isso e muito mais constitui o efeito subjetivo da perfuração de petróleo.

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