Ciência
25/06/2023 às 09:00•2 min de leitura
Localizado no sudeste do Irã (perto das fronteiras do Paquistão e Afeganistão), o Deserto de Lut mistura belíssimas paisagens naturais com um clima bastante extremo. A região de Dasht-e Lut, conhecida como o lugar mais quente da Terra, abriga o deserto que registra temperaturas de 50 °C com frequência — e, em algumas situações, o calor pode chegar aos 70 °C.
(Fonte: Getty Images)
Em persa, Dasht-e Lut significa "Deserto do Vazio", em tradução livre. O nome é uma referência à dificuldade de se viver em um local tão quente. Apesar disso, existem algumas cidades nas proximidades do deserto — como é o caso de Yazd, que desde 2017 é Património Mundial da UNESCO, assim como o próprio Dasht-e Lut.
E o calor no deserto não é por acaso. Segundo o professor de Hidrologia da Universidade da Califórnia, Amir AghaKouchak, a geografia do local é responsável por fazer as temperaturas serem tão elevadas por ali.
As rochas vulcânicas, bastante comuns na região, absorvem o calor e fazem com que a temperatura aumente. Além disso, as dunas e os ventos fortes servem para intensificar ainda mais o calor. "É como ter um secador de cabelo funcionando o tempo todo", explica AghaKouchak.
A maior ironia é que, apesar de ser conhecido como Deserto do Vazio, o local é habitado por insetos, répteis e mamíferos. E mesmo sem possuir vegetação, algumas das espécies de animais são encontradas apenas por ali.
Outra curiosidade é que o Deserto de Lut também possui um "mar escondido". AghaKouchak explica que, por muito tempo, acreditou-se que a região possuísse uma baixíssima umidade. Mas imagens de satélite indicaram a presença de água salgada, que se espalha por uma grande região, formando uma camada de alguns centímetros de lodo.
(Fonte: Getty Images)
Mesmo parecendo um local de pouco interesse para turistas, Dasht-e Lut é uma região com belezas naturais que atraem viajantes do mundo inteiro. A maior parte do turismo é feito nas regiões mais periféricas, onde estão localizadas as cidades e alguns vilarejos. Existem evidências de que a região é habitada que remontam há 7.000 anos, porém sempre na periferia da área, pois a aridez da propriedade tornava a maior parte inabitável.
As terras na região central do deserto, onde são registradas as temperaturas mais altas e são difíceis de serem acessadas, pertencem ao governo e são consideradas áreas de proteção ambiental.
Além das dunas, uma atração local são os kaluts. Essas formações rochosas se estendem por uma grande área e se caracterizam por apresentarem formatos diversos. As rochas são esculpidas pela erosão do vento, criando um visual que lembra os desertos de Marte.