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27/06/2023 às 08:00•2 min de leitura
Na floresta Maungataniwha, na Nova Zelândia, os fósseis de um elasmossauro e um mosassauro — ambos com mais de 80 milhões de anos! — foram encontrados após a passagem do ciclone Gabrielle em fevereiro deste ano.
O ciclone, que deixou 11 mortos, também teve força o suficiente para mover algumas pedras de lugar na floresta que fica na região de Northland. Com isso, os fósseis dessas criaturas gigantescas foram revelados.
(Fonte: Marianna Terezow | GNS Science)
De acordo com o instituto de pesquisa GNS Science, os fósseis foram encontrados pelos voluntários da Forest Lifeforce Restoration Trust, que estavam no local para avaliar os danos causados pelo ciclone. Foi então que eles (literalmente) tropeçaram nos fósseis dos dois gigantes marinhos.
Segundo especialistas, como o gerente florestal Pete Shaw, do Forest Lifeforce Restoration Trust, as descobertas irão contribuir para o conhecimento coletivo sobre essas criaturas pré-históricas.
No processo causado pelo ciclone, um número incalculável de fósseis ainda não descobertos foi revelado, ao mesmo passo que muitos outros podem ter se perdido por toda a eternidade.
(Fonte: GNS Science)
Apesar dos fósseis terem sido descobertos em março, foi apenas em 15 de junho que a notícia veio à tona.
A geóloga Marianna Terezow identificou duas vértebras que podem ter pertencido a um elasmossauro. O dinossauro vivia no final do Cretáceo (de 145 milhões a 66 milhões de anos atrás), e possuía cerca de 14 metros. Seu pescoço, que atingia cerca de oito metros, era composto por setenta vértebras.
(Fonte: Wikimedia)
O mosassauro viveu no período Cretáceo Superior (100 milhões a 60 milhões de anos atrás) e o tamanho variava muito entre espécies, podendo ter desde um metro (Dallasaurus turneri) até 14 metros (Mosasaurus hoffmannii).
(Fonte: GettyImages)
Peter Shaw, o gerente florestal, também é um experiente caçador de fósseis, e agora irá trabalhar com especialistas do GNS Science, em Wellington (capital neozelandesa), para estudar melhor os achados. Em 2019, Shaw recebeu o Prêmio Harold Wellman da Geoscience Society of New Zealand por seu trabalho com fósseis na Floresta Nativa de Maungataniwha.
O vale de Mangahouanga já era famoso entre os geólogos neozelandeses e conhecido como o "epicentro da paleontologia na Nova Zelândia".
Há cerca de 70 milhões de anos, o rio Mangahouanga fazia parte de um ambiente estuarino situado na costa leste. Na época, a região que hoje em dia é conhecida como Nova Zelândia estava coberta por uma floresta tropical com uma massa terrestre maior do que hoje, de acordo com um relatório do Conselho Regional de Hawke's Bay.
Os fósseis recém-descobertos estavam enterrados desde que a renomada paleontóloga neozelandesa Joan Wiffen e sua equipe descobriram o primeiro fóssil de dinossauro neozelandês em 1975.
Outros fósseis de mosassauros, inclusive, também já foram descobertos na Nova Zelândia. Os primeiros foram achados na cidade de Waipara, no norte de Canterbury.
Os dentes de animais dessa espécie estão entre as diversas descobertas feitas por Joan Wiffen no córrego Mangahouanga. Em 2015, por exemplo, parte de uma mandíbula de mosassauro foi encontrada lá por Peter Shaw.