Antiga cidade Maia é descoberta em meio à selva no México

07/07/2023 às 06:382 min de leitura

Vestígios de uma antiga cidade Maia, que provavelmente existiu durante o Período Clássico da civilização pré-colombiana, foram encontrados em meio à selva na reserva ecológica de Balamkú, ao sul do México. Detalhes da descoberta foram divulgados no último dia 20 de junho.

De acordo com o Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH), a cidade milenar foi batizada de Ocomtún, palavra na língua iucateque que significa “coluna de pedra”, em tradução livre. O nome é uma referência às enormes colunas cilíndricas achadas por lá.

Situada em uma área com vegetação densa, Ocomtún foi encontrada após uma varredura a laser feita pela Universidade de Houston, nos Estados Unidos, auxiliar no mapeamento de toda a região. Com a análise mais detalhada das imagens, pesquisadores do INAH reconheceram “inúmeras concentrações de estruturas pré-hispânicas”.

(Fonte: INAH/Divulgação)(Fonte: INAH/Divulgação)

Na sequência, uma expedição liderada pelo arqueólogo Ivan Sprajc permitiu explorar a antiga cidade Maia de perto. Chegando lá, a equipe encontrou “vários edifícios de grandes dimensões”, incluindo estruturas piramidais com mais de 15 m de altura, surpreendentemente localizadas em um terreno elevado e rodeado por pântanos.

Importância para a região

Estendendo-se por uma área de 50 hectares, Ocomtún pode ter sido uma importante cidade para a região, na Península de Yucatán. Acredita-se que ela tenha sido habitada entre os anos 600 e 800 d.C., devido aos tipos de cerâmicas achados por lá, mas uma análise mais detalhada dos materiais vai ajudar a confirmar tais informações.

Conforme Sprajc, a cidade contava com praças, pontes e pirâmides, espalhadas por toda a sua área, além de edifícios imponentes. Entre as duas praças principais, um complexo contendo estruturas baixas e alongadas, dispostas em um formato de quase círculo, chamou a atenção, devido à presença de uma quadra para jogos de bola.

(Fonte: INAH/Divulgação)(Fonte: INAH/Divulgação)

Assim como os astecas e outras civilizações mesoamericanas, os maias se divertiam em um jogo que utilizava bolas produzidas com borracha natural. Além de fonte de entretenimento, a disputa também era cercada de simbolismos, celebrando a fertilidade agrícola, por exemplo.

Já na parte noroeste, onde é possível chegar por meio de uma ponte, fica a construção mais volumosa. Segundo o INAH, o prédio tinha 80 m de largura e 10 m de altura, se localizando próximo a uma pirâmide que alcança cerca de 25 m de altura.

Colapso

Apesar da prosperidade, Ocomtún passou por mudanças no Período Clássico Terminal, entre os anos 800 e 1000 d.C., começando a ser abandonada pelos moradores na mesma época da decadência da civilização Maia. É o que apontam os elementos arquitetônicos analisados pelos exploradores que estiveram no local.

Segundo Sprajc, as alterações na paisagem sugerem “mudanças ideológicas e populacionais em tempos de crise que, finalmente, no século X, levaram ao colapso da complexa organização sociopolítica e ao drástico declínio demográfico nas terras baixas centrais maias”, explicou o especialista.

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