Tumbas da Era do Bronze são as mais ricas já descobertas no sul da Europa

17/07/2023 às 09:002 min de leitura

Uma expedição arqueológica feita recentemente na ilha do Chipre por pesquisadores da Universidade de Gotemburgo (GU), da Suécia, revelou túmulos da Idade do Bronze fora do complexo religioso de Hala Sultan Tekke. O que chamou a atenção dos arqueólogos foi a riqueza existente nas duas tumbas, que as coloca "entre as mais ricas já encontradas no Mediterrâneo", segundo um release da universidade sueca.

Entre os mais de 500 artefatos existentes no sítio mortuário estavam cerâmicas de Creta, Grécia e Sardenha; ornamentos de âmbar do mar Báltico; pedras preciosas como lápis-lazúli azul do Afeganistão e cornalina vermelha da Índia; espelhos de bronze; além de punhais, facas e pontas de lança.

De acordo com Peter Fischer, professor de arqueologia na GU e líder da expedição, “Considerando a riqueza dos espólios, é razoável supor que se tratava de túmulos reais, embora não saibamos muito sobre a forma de governo praticada na cidade naquela época. Sem dúvida, os enterrados aqui faziam parte do governo da cidade”.

Os tesouros enterrados nos túmulos

Fonte: Peter Fischer/Divulgação.Fonte: Peter Fischer/Divulgação.

A descoberta das duas tumbas foi feita por meio de magnetômetros, dispositivos que produzem imagens que mostram estruturas e objetos subterrâneos até dois metros abaixo da superfície. Conforme Fischer, "comparamos o local onde a cerâmica quebrada foi arada durante a agricultura, com o mapa do magnetômetro".

Os achados revelam a enorme riqueza das pessoas que foram enterradas naquele local. São bens variados importados para o Chipre de outras grandes culturas da região, como os minoicos de Creta, os micênicos da Grécia e os antigos egípcios. Segundo o arqueólogo, esses últimos trocavam o cobre que recebiam por ouro.

Além dos itens preciosos, foram também descobertos itens do dia a dia, como espinhas de peixe de água doce, provenientes do rio Nilo. 

Como eram as pessoas enterradas nos túmulos de elite?

Fonte: Peter Fischer/Divulgação.Fonte: Peter Fischer/Divulgação.

Conforme o comunicado à imprensa da GU, os diversos esqueletos estavam bem preservados nas sepulturas. Entre os restos mortais, chamou a atenção o de uma mulher cercada por dezenas de vasos de cerâmica, joias e um espelho redondo de bronze polido. Uma criança de um ano com um brinquedo de cerâmica estava deitada ao lado dela.

“Vários indivíduos, tanto homens quanto mulheres, usavam diademas, e alguns tinham colares com pingentes da mais alta qualidade, provavelmente feitos no Egito durante a 18ª dinastia na época de faraós como Tutmés III e Amenófis IV (Aquenáton) e sua esposa Nefertiti”, conta Fischer.  

Os arqueólogos concluíram que a vasta riqueza dos túmulos — que "são obviamente túmulos de família" — tem sua origem na produção de cobre. Extraído nas montanhas Troodos, o minério era exportado para civilizações vizinhas. "O cobre era uma commodity importante porque, combinado com o estanho, forma a liga dura de bronze, que deu nome à Idade do Bronze", explica Fischer.

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