Explosão solar é sentida em Marte, Lua e Terra pela 1ª vez

08/08/2023 às 09:002 min de leitura

No dia 28 de outubro de 2021, uma enorme explosão de plasma e partículas magnetizadas aconteceu no Sol. Esse evento solar inundou a Terra, a Lua e Marte em enormes quantidades de radiação. O que os pesquisadores não sabiam naquela época, no entanto, é que essa era a primeira vez na história que os três corpos teriam medido o mesmo evento de forma quase que simultânea. 

Na visão dos pesquisadores, compreender tais eventos, conhecidos como ejeções de massa coronal (CMEs) é crucial para futuras explorações espaciais — incluindo missões planejadas para enviar astronautas a Marte e estabelecer um posto avançado científico na Lua.

Medindo a explosão

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

A partir do momento que a explosão solar aconteceu em 2021, ela pode ser medida por sistemas nos três corpos celestes. Em Marte, o ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) da Agência Espacial Europeia e o rover Curiosity da NASA registraram o influxo de partículas energizadas.

Na Lua, por sua vez, essas partículas foram captadas pelo Chang'e-4 da Administração Espacial Nacional Chinesa e pelo Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da NASA. Por fim, quem detectou a radiação se aproximando da órbita baixa da Terra foi o satélite Eu:CROPIS do Centro Aeroespacial Alemão.

Todos os efeitos desse fenômeno solar foram relatados na revista Geophysical Research Letters. Em nosso planeta, nosso campo magnético atua como um escudo contra explosões solares mais perigosas. Lua e Marte, contudo, carecem dessa magnetosfera protetora, o que significa que muito mais dessa radiação chega às suas superfícies. 

Efeitos da radiação

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Em termos de viagens espaciais, preparar-se para enfrentar essas radiações é algo crucial. O motivo? Elas podem ter um impacto negativo severo nos astronautas. Estudos passados indicam que a exposição a altas doses de radiação podem causar irritação da pele, náusea, distúrbios sanguíneos, imunidade enfraquecida e até câncer.

Em casos agudos, pessoas afetadas podem apresentar fortes queimaduras e degeneração neurológica. Uma dose perigosa de radiação é considerada em torno de 700 miligray — medida usada para esse tipo de fenômeno. Por sorte, a explosão solar medida no dia 28 de outubro de 2021 foi significantemente mais fraca que isso, registrando apenas 31 miligrays. 

De todo modo, pesquisadores alertam que as explosões solares se tornarão mais frequentes e intensas ao passo que o Sol se aproximar do seu pico do seu ciclo de atividade solar de 11 anos, o que pode acontecer ainda no final deste ano. O novo estudo também ressalta que a magnetosfera e a atmosfera da Terra tornaram a radiação desse evento insignificante no momento em que atingiu a superfície do planeta. 

Como próximo passo, os cientistas planejam estudar como os CMEs atingem corpos além da Terra para ajudar no desenvolvimento da blindagem necessária para proteger os futuros astronautas e também para compreender melhor quais os efeitos desse fenômeno em nosso Sistema Solar. 


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