Arqueólogos encontram restos mortais de 'criança vampira' na Polônia

14/08/2023 às 12:002 min de leitura

Esta história é realmente surreal — e assustadora. Perto da vila de Pien, na Polônia, arqueólogos da Universidade Nicolaus Copernicus (NCU) encontraram os restos mortais de uma criança "vampira", que estava enterrada de bruços e tinha um cadeado "antivampiro" presa em seu tornozelo.

O cadáver data do século XVII. Segundo os arqueólogos relataram para o jornal The Mirror, a criança parecia ter entre cinco e sete anos. O adereço encontrado em sua perna era usado por conta de uma crença supersticiosa de que isso impediria os mortos de se levantarem do túmulo.

A proteção contra "vampiros"

a(Fonte: Lukasz Czyzewski / Divulgação)

O arqueólogo Dariusz Polinski, que esteve envolvido na escavação que revelou o cadáver, afirma que, na época, as famílias polonesas usavam "equipamentos de segurança" para envolver os seus mortos. Era um tempo em que circulava uma espécie de histeria coletiva na Polônia de medo de vampiros.

"O cadeado sob o pé simboliza o encerramento de uma etapa da vida e serve para proteger contra o retorno do falecido, o que provavelmente era temido. Tais práticas se originaram em crenças populares e às vezes são descritas como antivampíricas", explicou Dariusz Polinski.

Outras práticas também eram realizadas quando se suspeitava que a pessoa poderia ser um vampiro. Uma delas era enterrar o indivíduo de bruços — haveria uma crença que ele então morderia o chão e não sairia para prejudicar os vivos.

Mas havia alguns costumes que eram ainda mais sinistros. “Outras formas de proteção contra o retorno dos mortos incluíam cortar a cabeça ou as pernas, colocar o rosto do falecido para baixo para morder o chão, queimá-los e esmagá-los com uma pedra”, concluiu Polinski.

Os demais achados dos pesquisadores

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Mas não foi apenas isso que foi encontrado nas escavações. Segundo informou o Daily Mail, os arqueólogos acharam ossos soltos que pertenceriam a outras três crianças e um pedaço de mandíbula manchado na cor verde — o que, segundo sugerem os pesquisadores, pode ser um resquício de remédios à base de metal que eram usados para baixar a febre.

Outro achado foi o corpo de uma mulher grávida que levava no ventre um feito de cerca de seis meses. “Isso é surpreendente porque os ossos de crianças dessa idade são pouco mineralizados, então geralmente não são preservados”, declarou a pesquisadora Magdalena Zagrodzka, da mesma universidade.

Todos os materiais encontrados vieram do mesmo cemitério, em que centenas de pessoas foram enterradas por séculos. No local, já havia sido encontrado outra "vampira" do século XVII que havia sido enterrada com uma foice em seu pescoço e um cadeado no dedo do pé.

Os arqueólogos disseram acreditar que a foice teria sido colocada lá para caso a mulher ressuscitasse e se levantasse — ela seria então decapitada. “A foice não foi encontrada em posição plana, mas colocada no pescoço de tal forma que, se a falecida tentasse se levantar, provavelmente a cabeça seria cortada ou ferida”, afirmou Polinski. Já o cadeado no pé esquerdo teria um sentido mais simbólico: significaria “o fechamento de uma etapa e a impossibilidade de retornar”.

Em 2015, outros arqueólogos já haviam encontrado outros esqueletos com foices pressionadas em suas gargantas. O que se imagina é que esses corpos eram oriundos de uma época em que os mitos sobre mortos-vivos se tornaram muito populares, causando medo nas populações e até provocando a execução em massa de pessoas que eram acusadas de serem vampiras.

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