Artes/cultura
19/08/2023 às 09:00•3 min de leitura
Em setembro de 1991, um grupo de caminhantes foi pego de surpresa ao tropeçar em um corpo derretendo de uma geleira nos Alpes Ötztal, na Áustria. De início, os aventureiros acreditavam ter cruzado caminho com um infeliz alpinista desaparecido há algumas décadas, no máximo.
Contudo, estudos científicos feitos com os restos mumificados mostraram que aquele corpo tinha aproximadamente 5,3 mil anos. Foi assim que surgiu a história de Ötzi, o homem do gelo, também conhecido como a múmia mais famosa da Idade do Bronze. Quer saber mais sobre essa história? Conheça seis fatos interessantes ele!
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(Fonte: Wikimedia Commons)
Em 1991, uma pedra esculpida verticalmente foi encontrada na cidade de Laces, perto dos Alpes Ötztal, onde o homem do gelo foi descoberto. Embora essa pedra tenha sido reutilizada nos tempos modernos para o altar de uma igreja, ela data para a Idade do Cobre, assim como Ötzi.
Uma das esculturas encontradas nessa rocha mostra um arqueiro atirando uma flecha nas costas de um homem desarmado. Impressionantemente, essa história se parece muito com a causa da morte da múmia encontrada na região. Porém, os pesquisadores ainda não se convenceram de que esse é um registro gravado em pedra do caso.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Até que ponto é possível saber sobre a vida de uma pessoa mumificada? No caso de Ötzi, os pesquisadores concluíram que ele não era exatamente alguém saudável. Em seu conteúdo intestinal, foi possível identificar ovos de parasitas, o que indica que ele sofria de náuseas, vômitos e diarreia.
Seu corpo também apresentava um genoma indicador de um problema estomacal comumente responsável por úlceras e demais sintomas complicados. As unhas do homem do gelo mostravam que ele esteve doente várias vezes nos quatro meses que antecederam sua morte.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Junto do corpo de Ötzi também foram achados alguns artefatos de sua vida cotidiana. Dois objetos particularmente curiosos chamaram a atenção dos pesquisadores: esferas de material botânico do tamanho de nozes que estavam amarradas em tiras de couro. Uma análise desses objetos indica que se tratava do fungo Piptoporus betulinus.
Quando ingerido, esse fungo causava diarreia e protegia o corpo contra certas microbactérias. Logo, é provável que Ötzi ingeria esse fungo para tentar tratar seus problemas estomacais.
(Fonte: Getty Images)
Descoberto com 61 tatuagens diferentes em seu corpo, Ötzi é a mais antiga evidência física de tatuagens no mundo. Os desenhos feitos no homem do gelo, no entanto, não se parecem nem um pouco com as tattoos mais modernas. Cada figura era feita arranhando a pele e esfregando carvão na ferida recente — resultando em linhas ou cruzes.
Atualmente, Ötzi detém o recorde no Guinness como a pessoa tatuada mais velha já encontrada.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O kit de ferramentas utilizado por Ötzi continha um número surpreendente de diferentes artefatos. Além de um machado com lâmina de cobre, ele carregava consigo uma adaga de sílex e um arco feito de um teixo. Ele também tinha uma rede para pegar coelhos e pássaros.
Seus dentes estavam desgastados principalmente no lado esquerdo, o que dá indícios de que ele usava a boca para trabalhar o couro. Sendo assim, Ötzi era um homem bastante preparado para realizar suas tarefas diárias.
(Fonte: Getty Images)
Ao abrirem o estômago do homem do gelo, pesquisadores conseguiram determinar qual foi sua última refeição antes de morrer. Estudos feitos em 2018 encontraram vestígios de carne e gordura seca de íbex, carne de veado, trigo e restos de uma planta tóxica em seu organismo.
A descoberta da carne de veado em seu sistema digestivo é algo especialmente interessante, uma vez que representações desse animal figuram em achados arqueológicos nos Alpes nesse período.