Estilo de vida
19/08/2023 às 13:00•2 min de leitura
Tendo em mente que o aquecimento global tem sido uma realidade cada vez mais brutal para o nosso planeta, o derretimento de todo o gelo na Antártida não é mais uma possibilidade tão distante assim. A magnitude desse evento, por sua vez, acarretaria em mudanças consideráveis para a Terra.
A camada de gelo dessa região do planeta cobre uma área de aproximadamente 36 milhões de km² — o equivalente ao território dos Estados Unidos e México juntos. Logo, consequências óbvias como a elevação do nível do mar e impactos severos no clima seriam inevitáveis. Mas o que poderia acontecer além disso?
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O processo de derretimento da Antártida é muito mais complexo do que apenas o aumento do nível do mar. O volume de água recém-derretida dos oceanos provavelmente resultaria em uma mudança de gravidade no planeta todo, fazendo com que algumas áreas de terra se expandissem e se elevassem.
Isso atenuaria o impacto do aumento do nível do mar, mas teria outras consequências significativas. O hemisfério norte, por exemplo, seria muito mais afetado pela quantidade sobressalente de água no planeta. Essas distribuições desiguais dificultariam o deslocamento seguro de grandes populações de pessoas para o interior — que estariam fugindo das marés crescentes.
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O derretimento de todo o gelo da Antártida teria efeitos interligados nos sistemas da Terra, tornando difícil prever exatamente o que aconteceria. Contudo, estudos indicam que as durações dos dias no planeta mudariam. A rotação da Terra, medida por satélites e métodos astronômicos, já sofre mudanças modestas com o aquecimento global atual.
Quando o gelo derrete e sua água se desloca pelo globo, isso faz com que o mundo gire visivelmente mais rápido ou mais devagar. Não está claro o quanto aumentaria a duração de um dia nesse processo, mas estimativas sugerem que nos próximos anos o dia poderia ter até 20 segundos a mais.
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Como dito anteriormente, as mudanças nos níveis do mar seriam bastante perceptíveis com o derretimento das geleiras. Por consequência, muitas cidades costeiras como Nova York, Londres e Buenos Aires ficariam completamente submersas, e outras grandes áreas seriam severamente afetadas.
Isso seria um desastre para as populações locais e ecossistemas que dependem dessas áreas. Milhões de pessoas seriam deslocadas de suas terras natais e comunidades de longa data morreriam aos poucos.
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Parece conflitante afirmar que o aumento de água no mar causaria problemas de disponibilidade de água potável no mundo. Porém, é isso que os cientistas acreditam que aconteceria. À medida que a água do mar sobre, a água salgada pode se infiltrar nas reservas de água subterrâneas e contaminar fontes de água potável.
Além disso, a irrigação agrícola seria prejudicada pelo enorme teor de sal em seus recursos hídricos. Mesmo para pessoas que vivem em altitudes acima dos 76 metros, o acesso à água do poço pode estar em risco de contaminação.
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O gelo antártico manteve microrganismos intactos por cerca de 750 mil anos — muito antes dos humanos existirem. Portanto, com o derretimento dessas camadas de gelo, é bem provável que nós nos tornaríamos extremamente vulneráveis às doenças e patógenos escondidos nessas terras.
Inclusive, é bem provável que existam doenças mortais nesses depósitos de genes. No passado recente, bactérias descongeladas se espalharam e causaram surtos de doenças mortais, como varíola, peste bubônica e antraz. Sendo assim, a tendência é que o planeta entrasse em um estado de calamidade pública.