Ciência
21/08/2023 às 04:00•2 min de leitura
Localizada na estratosfera entre 15 e 30 km acima da Terra, a camada de ozônio é o que protege nós e outros seres vivos da radiação ultravioleta prejudicial do Sol. Logo, foi uma notícia bastante preocupante quando descobrimos que a poluição causada pelo ser humano estava causando buracos nessa camada de proteção extremamente importante.
Contudo, 30 anos após termos descoberto a existência dessa camada, o buraco na camada de ozônio deixou de causar tanto medo quanto um dia já tivemos. E qual o motivo dessa conversa ter mudado tão abruptamente? Quão ruim é o buraco na camada de ozônio atualmente?
(Fonte: GettyImages)
Os seres humanos só foram ter a primeira compreensão de como funcionava a atmosfera da Terra em meados do século XVIII. Em 1776, Antoine Lavoisier provou que o oxigênio era um elemento químico — o oitavo na tabela periódica — e diversas revoluções científicas surgiram a partir disso.
Lavoisier foi também quem descobriu que a passagem de eletricidade pelo oxigênio produzia um cheiro estranho, que foi apelidado de "ozônio" por Christian Friedrich Schönbein na década de 1830. Eventualmente, o ozônio foi descoberto como um gás feito de três átomos de oxigênio e que era um componente crítico da atmosfera capaz de absorver os raios do Sol.
Caso não houvesse ozônio na atmosfera, segundo a NASA, os intensos raios ultravioleta do Sol esterilizariam a superfície da Terra. Ao longo dos anos, estudos demonstraram que a camada de ozônio era extremamente fina e que possuía diferentes concentrações em diferentes áreas.
Na década de 1970, finalmente, aprendemos que emissões de outros gases, os chamados clorofluorcarbonos (CFCs) poderiam afetar essa camada gradativamente. Naquele ponto, a descoberta já era tardia e estudos provaram que um buraco já existia nessa camada de proteção, ameaçando o futuro da humanidade.
(Fonte: GettyImages)
Quando as primeiras notícias de que um buraco na camada de ozônio existia vazou pela mídia, o tópico virou sensação mundial. Pesquisadores foram forçados a entender os processos químicos por trás desse fenômeno e encontrar formas de como a humanidade, que estava bastante assustada, poderia reverter a situação.
Hoje em dia, no entanto, nós sabemos muito mais sobre o camada de ozônio. A ciência atualmente sabe que esse é um fenômeno sazonal que se forma durante a primavera na Antártida, quando o clima esquenta e as reações entre os CFCs e o ozônio aumentam.
À medida que o clima esfria durante o inverno antártico, contudo, o buraco se recupera gradualmente até o próximo ano. Isso permitiu com que firmássemos o Protocolo de Montreal, um tratado internacional que entrou em vigor em 1989, o qual impõe obrigações na progressiva redução da produção e consumo de substâncias que destroem essa camada de proteção.
Sem esse tipo de acordo, estima-se que o buraco teria crescido 40% até 2013. Em vez disso, espera-se que essa "ferida" na atmosfera esteja completamente curada até 2050. A mobilização mundial em torno do buraco na camada de ozônio não apenas é um alívio, mas também um sinal de que a humanidade pode trabalhar em conjunto para reduzir os impactos climáticos que deixamos para trás ao longo de nossa existência.