Artes/cultura
21/08/2023 às 10:00•3 min de leitura
Mesmo com todos os sinais, há ainda quem duvide que as mudanças climáticas estejam de fato acontecendo. Mas os órgãos que lidam com o clima enfatizam que a situação enfrentada é desastrosa. “É inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra”, afirma o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Estamos vivenciando ondas de calor, inundações, incêndios florestais e vários outros fenômenos que sugerem que as próximas décadas não serão fáceis. Sem mudanças, é bem provável que as temperaturas globais se elevem cada vez mais.
Confira 4 fatos que mostram que as mudanças climáticas são uma realidade, mesmo que muita gente não acredite.
(Fonte: GettyImages)
Organizações que medem a concentração atmosférica global de CO2 afirmam que estamos vivendo o nível mais alto desde que o acompanhamento começou a ser feito. Em relação ao período pré-industrial, a quantidade deste composto na atmosfera praticamente dobrou.
As concentrações de CO2 mudam de acordo as estações, mas são sempre afetadas pelas ações humanas. Nos momentos iniciais da pandemia de covid-19, as emissões caíram, mas logo retornaram a subir com a retomada do comércio e indústrias.
A previsão para 2023 para a concentração média global de CO2 é de 419,2 ppm, um nível muito acima do esperado.
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O Acordo de Paris em 2015 estabeleceu um acordo entre as nações para manter o aquecimento global abaixo do 1,5 grau Celsius. Contudo, o último relatório do IPCC já alertou que será muito difícil atender essa meta.
Os cenários previstos pelo IPCC informam que seria preciso reduções radicais na emissão de CO2 para poder ter uma chance de atingir o objetivo. Mas a pior notícia é que provavelmente ultrapassaremos o limite de 1,5 grau muito antes do que prevíamos: há 66% de chance que a temperatura média passe desse nível entre 2023 e 2027.
Se parece difícil de acreditar, basta lembrar que julho de 2023 foi considerado o mês mais quente já registrado na história, com temperaturas recordes sendo marcadas em quatro dias consecutivos.
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Os episódios recentes de incêndios florestais no Canadá e no Havaí, as temperaturas extremas nos Estados Unidos e a evacuação de turistas na Grécia nos mostram que o calor exagerado tem sido cada vez mais frequente.
No século XIX, os eventos de calor extremo tinham a probabilidade de acontecerem uma vez a cada dez anos. Agora, a probabilidade é de 2,8 vezes a cada dez anos. Para o futuro, estima-se que o dado vá subir para 4,1 vezes a cada década.
As chuvas fortes também têm se tornado mais frequentes. Com o aumento da temperatura global, todos esses fenômenos vão ser mais comuns em nossa vida.
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Estudos já relatam que a fome no mundo está aumentando – e, infelizmente, as mudanças climáticas também têm participação nisso. Isso porque as temperaturas extremas afetam o rendimento das culturas agrícolas e prejudicam seu valor nutricional, acarretando com que alguns cultivos se tornem cada vez mais inviáveis.
O estresse térmico também faz com que os animais fiquem menos produtivos e mais propensos a adquirirem doenças e pragas – que, por sua vez, se espalham com mais facilidade entre os rebanhos.
Na África, a produtividade agrícola decaiu 34% por conta das mudanças climáticas. Há uma previsão de que a fome pode aumentar 20% neste continente até 2050 em razão desses fenômenos.
Além disso, a ONU estima que cerca de metade da população do mundo já sofre com escassez de água durante uma período do ano. As mudanças climáticas acentuaram esse problema, assim como afetaram a qualidade da água, que se tornou mais poluída.
De fato, a única opção que resta aos países para evitar o aumento desta catástrofe é investir em protocolos cada vez mais radicais para evitar que a ação humana piore o problema do clima.