Estilo de vida
30/08/2023 às 10:00•2 min de leitura
Cientistas encontraram uma estrela cujo magnetismo ultrapassa todos os limites, excedendo em cerca de 43 mil vezes o poder magnético do nosso Sol. Essa é uma façanha que promete desvendar os segredos da formação de magnetares, isto é, as estrelas de nêutrons com magnetismo superlativo e comportamento selvagem.
Nesse cenário cósmico, a busca por compreender como os magnetares nascem ganhou um novo fôlego. O objeto ilumina recantos desconhecidos do Universo e revela a complexidade por trás das forças magnéticas mais intensas já observadas.
No contexto de densidades extremas, as estrelas de nêutrons se destacam como gigantes compactas. Em muitas vezes, elas comprimem a massa de um Sol inteiro em um corpo celeste com tamanho equivalente ao de uma cidade pequena. Entre as estrelas de nêutrons, os magnetares se sobressaem, justamente por exibirem campos magnéticos de intensidade sem igual, desafiando os limites conhecidos.
As estrelas de nêutrons e os magnetares surgem como resultado das explosões avassaladoras das supernovas. Além disso, os escombros desses eventos espetaculares são resquícios remanescentes de uma estrela que encerrou seu ciclo de vida e que se contraem mais uma vez, dando origem a objetos celestiais de densidade sem precedentes e temperaturas muito elevadas.
No entanto, os astrônomos ainda tentam decifrar o que exatamente leva uma estrela de nêutrons a se transformar em um magnetar, ao invés de seguir o caminho de uma estrela de nêutrons convencional. Nesse contexto, um novo estudo, recentemente publicado na revista Science, emerge como uma possível fonte de esclarecimento para esse enigma.
Representação de um magnetar. (Imagem: Wikimedia Commons)
Viajando pelas profundezas da constelação de Monoceros (o Unicórnio), situada a aproximadamente 3 mil anos-luz da Terra, está um astro que tem cativado os olhares e as mentes dos cientistas em busca de respostas há mais de um século. Trata-se da HD 45166, uma estrela que se apresenta como uma variante luminosa das estrelas Wolf-Rayet, mas que, no entanto, carrega consigo um toque de mistério adicional: é menor em proporção, discreta em luminosidade e ostenta uma generosa dose de hélio em sua composição.
Após investigações, uma descoberta surpreendente veio à tona: a HD 45166 é incrivelmente magnética, superando nosso Sol em uma magnitude assombrosa de aproximadamente 43 mil vezes. Sua origem, peculiar e fora dos padrões, tem intrigado os astrônomos.
Uma hipótese audaciosa sugere que essa estrela pode ter nascido a partir da fusão íntima de duas estrelas menores, em um evento cósmico que desafia as teorias convencionais. Essa especulação ganha vida ao projetar um futuro distante: daqui a milhões de anos, a HD 45166 poderá explodir em uma supernova de grande porte, ressurgindo como um magnetar, uma estrela de nêutrons magnetizada de maneira única.
Enquanto aguardamos o desenrolar desses eventos cósmicos, essa proto-magnetar nos brinda com uma visão incomparável das complexidades estelares, revelando-se como uma majestosa estrela de hélio imbuída de magnetismo que desafia nossa compreensão do universo.