Artes/cultura
11/09/2023 às 04:00•2 min de leitura
Durante vários séculos, exploradores gastaram muito tempo e dinheiro — e até mesmo suas vidas — viajando pelo planeta para tentar preencher as lacunas do mapa-múndi. Portanto, é de se imaginar que nem sempre o conhecimento que tínhamos sobre o nosso planeta era parecido com o obtido nos dias atuais.
Como qualquer processo de pesquisa, existem vários erros e acertos ao longo do trajeto. Contudo, durante vários séculos, mapas antigos levantaram a hipótese de uma massa de terra no Hemisfério Sul que, até agora, desafiava todos os esforços para encontrá-la. O nome desse pedaço de território é Zelândia, o continente desconhecido por grande parte do planeta. Saiba mais sobre essa curiosa história!
(Fonte: GettyImages)
A Era da Exploração no mundo teve início quando os pesquisadores tiveram acesso às novas tecnologias capazes de realizar medições mais acuradas dos territórios para serem representadas em mapas. Porém, muitos cartógrafos continuaram misturando os novos dados relatados com representações antigas do mapa-múndi.
Isso foi criando uma imagem mista da geografia e da história mundial. Mapas antigos relatavam o planeta com características mitológicas ou hipotéticas, em vez de informações concretas. Um exemplo disso era a Terra Australis Incognita, uma massa de terra que se pensava existir no Hemisfério Sul.
Durante séculos, os exploradores procuraram esse território, mas não encontraram nada. Porém, os séculos foram mudando e novas informações surgiram, transformando mais uma vez a imagem que nós tínhamos sobre o espaço em que vivemos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em 2017, o mundo ficou em choque quando novos estudos revelaram a existência de um oitavo continente até então desconhecido: a Zelândia. Essa enorme massa de terra está praticamente inteira submersa no sudoeste do Pacífico. Medindo cerca de 5 milhões de km², ela representa cerca de dois terços da Austrália.
É de longe o mais fino, jovem e menor continente do planeta. Uma das primeiras pistas sobre sua existência aconteceu por conta das observações feitas pelo explorador James Hector, um naturalista escocês que concluiu que a Nova Zelândia era “os restos de uma cadeia de montanhas que formava a crista de uma grande área continental que se estendia até muito longe”.
Depois que a definição geológica de um continente foi atualizada em 1960, considerando uma área geológica com elevada altitude, a existência da Zelândia ficou ainda mais clara.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Conhecido há apenas seis anos, o oitavo continente ainda não é muito conhecido. A maioria dos desafios que rodeiam a sua exploração estão relacionados a sua inacessibilidade — estando sob mais de um 1 km de água. O que sabemos até então, no entanto, é que ele já fez parte do supercontinente Gondwana, mas foi desmembrado por forças tectônicas há 85 milhões de anos.
Ainda não está claro como este processo funcionou, o que tem deixado cientistas perplexos sobre o quão fina é a massa de terra e por que não se dividiu em continentes mais pequenos. Além disso, os especialistas não sabem se a Zelândia alguma vez esteve acima da água ou se sempre esteve submersa.
Apesar destas incógnitas persistentes, é provável que análises mais aprofundadas revelem mais sobre este continente fascinante no futuro. Também mostra que ainda há muitas coisas a serem descobertas.