Por que os humanos são bons em correr longas distâncias?

17/09/2023 às 09:002 min de leitura

Há muito tempo, os seres humanos têm se dedicado ao esporte da corrida a distância. Seja como atividade física ou em uma maratona, como corrida do Vale da Morte (217 quilômetros), há uma boa quantidade de indivíduos que se dedicam a aprimorar suas habilidades de correr mais, e mais longe.

Acontece que poucos animais na natureza têm a capacidade de percorrer esse tipo de distância e sobreviver, fazendo com que os humanos se destaquem de outras espécies.

Por que somos bons corredores?

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A resposta pode estar na fisiologia do corpo humano. E há rastros históricos: um punhado de ossos encontrados na África Central em 2001 sugere que, há 7 milhões de anos, os nossos antepassados deixaram as árvores e começaram a viver no chão.

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Obviamente, levou mais uns milhões de anos, mas por fim os primeiros hominídeos evoluíram e começaram a andar sobre dois pés. Tornar-nos bípedes é algo que nos trouxe mais altura para examinar a grama alta e descobrir alimentos em outros lugares. Mas, além disso, a característica permitiu algo importante: que pudéssemos percorrer o dobro da distância usando a mesma quantidade de energia. 

Correr, diferente do que pode parecer, é uma prática que envolve o corpo inteiro. Segundo Daniel Lieberman, biólogo evolucionista humano da Universidade de Harvard, nossos dedos dos pés se tornaram curtos justamente para não quebrarem durante a corrida. E nosso corpo é todo articulado e cheio de músculos para absorver a força que geramos quando estamos em velocidade. Ao contrário dos macacos, nossa coluna vertebral é flexível para podermos torcer os quadris e os ombros, para assim podermos nos locomover sempre olhando para frente.

Adaptações do corpo para a corrida

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Há outras adaptações do corpo humano que possibilitam que tenhamos a capacidade de correr bastante. Entre as principais, está a forma com que dissipamos o corpo. Por termos corpos altos e eretos, possuímos uma superfície grande para resfriamento, o que é ajudado pelo nariz e pela boca. Nosso corpo sem pelos também auxilia à evaporação rápida do suor.

Estas mudanças fizeram com que pudéssemos evoluir para o comportamento de "caçadores persistentes": em vez de correr para perseguir a presa, os caçadores persistentes são aqueles que perseguem a vítima por quilômetros até que ela sucumba à exaustão. Este tipo de comportamento foi essencial durante os dias ou climas quentes, e nenhum outro animal foi capaz de fazer isso como os humanos.

Com essa postura de caça, os seres humanos puderam guardar mais energia, o que "liberou" nossos cérebros para evoluírem e crescerem. Ao mesmo tempo, melhorou a nossa capacidade de procurar alimentos. O corpo mais adaptado também trouxe a chance que nosso cérebro tivesse a oportunidade de se concentrar em tarefas mais complexas.

Hoje nós não precisamos mais percorrer grandes distâncias para conseguir nos alimentar, mas nosso corpo continua preparado para fazer isso. Por tudo isso, correr, além de ser um excelente exercício, é também uma prática que, no passado, garantiu a nossa sobrevivência.

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