Estudo revela caverna antiga usada para rituais 35 mil anos atrás

12/12/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 12/12/2024 às 18:00

Já imaginou um grupo de humanos pré-históricos se reunindo na parte mais escura de uma caverna para um ritual? Pois é exatamente isso que arqueólogos descobriram na caverna Manot, localizada na Galileia Ocidental, Israel. Por volta de 35 mil anos atrás, essa caverna foi palco de encontros cerimoniais — e essa é a evidência mais antiga desse tipo na Ásia.

Manot foi descoberta em 2008 e já era conhecida por abrigar tanto humanos quanto neandertais ao longo dos anos. Durante o período entre o Paleolítico Médio e o Paleolítico Superior, essa caverna foi habitada até que sua entrada desmoronou, cerca de 30 mil anos atrás.

Em 2015, uma descoberta impressionante de um crânio de 55 mil anos mostrou evidências físicas do cruzamento entre Homo sapiens e neandertais — uma verdadeira mistura de DNA que ainda intriga cientistas.

O ritual na escuridão

Análise das cavernas de Manot mostram que elas podem ter usado para reuniões ritualísticas. (Fonte: Israel Antiquities Authority)
Análise das cavernas de Manot mostram que elas podem ter usado para reuniões ritualísticas. (Fonte: Israel Antiquities Authority)

O espaço usado para os rituais não era qualquer canto da caverna. Para chegar lá, era preciso descer o equivalente a oito andares até a parte mais profunda, longe do burburinho da área de habitação. Nesse ambiente isolado, os pesquisadores encontraram uma rocha cuidadosamente posicionada em um nicho. 

Essa rocha possui uma gravação em forma de casco de tartaruga, semelhante às pinturas rupestres mais antigas encontradas na França. Segundo Omry Barzilai, chefe do Material Culture PaleoLab na Universidade de Haifa, a rocha “pode ter representado um totem ou figura espiritual”.

Além da pedra misteriosa, vestígios de cinzas de madeira em estalagmites sugerem que os participantes dos rituais usavam tochas para iluminar a escuridão. E não para por aí: a acústica natural do local ajudava a amplificar sons, o que teria sido perfeito para rituais e cerimônias. Parece que os ancestrais já sabiam como criar uma atmosfera imersiva!

Dentistas e arqueólogos: uma combinação improvável

Pedra esculpida encontrada em Manot tem formato de uma carapaça de tartaruga e teria sido colocada no local por humanos antigos. (Fonte: Israel Antiquities Authority)
Pedra esculpida encontrada em Manot tem formato de uma carapaça de tartaruga e teria sido colocada no local por humanos antigos. (Fonte: Israel Antiquities Authority)

Mas quem diria que dentistas fariam parte dessa história? Desde 2012, a Escola de Medicina Dentária da Case Western Reserve se juntou ao projeto das escavações na caverna Manot. Pode parecer estranho à primeira vista, mas faz todo sentido. Os dentes são uma das partes mais resistentes dos esqueletos e ajudam bastante na identificação de fragmentos antigos. Como explicou Mark Hans, professor de ortodontia da instituição, “há um campo inteiro dedicado à antropologia dentária”.

Todo verão, entre 10 e 20 estudantes de odontologia partem para Israel para ajudar nas escavações. A demanda é tanta que estudantes de outras faculdades de medicina e odontologia também estão pedindo para participar dessa aventura arqueológica. 

Com esses esforços combinados, a caverna Manot continua a oferecer novas pistas sobre como viviam e pensavam os humanos pré-históricos. Talvez os rituais naquela escuridão tenham servido para fortalecer laços sociais ou honrar algo maior do que eles mesmos. 

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