'Lâminas de plasma' seriam capazes de cortar estrelas inteiras ao meio

20/10/2023 às 12:002 min de leitura

A morte de uma estrela compreende fenômenos que, ao mesmo tempo que deslumbram e intrigam, motivam muitos estudos. Mas ainda assim, há muito a ser descoberto. O mesmo vale para as explosões de raios gama, uma vez que maior parte delas está relacionada a esse processo.

A maior e mais brilhante explosão já detectada, em 09 de outubro de 2022, ocorreu há 1,9 bilhão de anos-luz da Terra, e ainda permanece parcialmente sem explicação. Nomeada como GRB 221009A e apelidada de BOAT, trata-se de um tipo de evento que ocorre uma vez a cada 10.000 anos, segundo a NASA.

Mas uma nova teoria foi proposta por pesquisadores do Centro de Cosmologia e Física de Partículas da Universidade de Nova York e pode mudar como observamos alguns desses fenômenos luminosos.

A ideia central é que "lâminas de plasma" seriam capazes de cortar estrelas inteiras ao meio. Moldadas por um campo magnético intenso em meio ao colapso de uma estrela massiva, elas seriam a explicação para a ocorrência de explosões de raios gama de maior duração no universo.

(Fonte: Nasa/Reprodução)(Fonte: Nasa/Reprodução)

Em busca de explicações sobre os GRBs de maior duração

O artigo, publicado em setembro, ainda não foi revisado por pares. A teoria proposta busca apontar o que estaria por trás de determinadas explosões de raios gama, conhecidas como GRBs, que estão entre as mais intensas ocorridas no universo.

Apesar de serem observadas de longe como se fossem um pequeno ponto de radiação de raios gama, essas explosões envolvem a liberação de uma massiva quantidade de energia — algo que cientistas acreditam que se origina a partir de buracos negros ou magnetares.

Mas como algumas dessas GRBs observadas demoram mais tempo para desaparecer, pesquisadores decidiram investigar o que estaria por trás disso. O artigo defende que esses GRBs, em específico, podem ocorrer em meio à morte de uma estrela massiva.

Nesse tipo de fenômeno, quando o núcleo da estrela se colapsa, dando origem a uma densa estrela de nêutrons, há a formação de um campo magnético bastante poderoso. Em suma, isso é o que origina um magnetar, objeto conhecido por ter um dos maiores campos magnéticos do universo.

(Fonte: Getty Images/Reprodução)(Fonte: Getty Images/Reprodução)

Entendendo a formação da "lâmina de plasma"

Envolvido por todo o processo caótico que culminou no seu surgimento, o plasma do magnetar fica extremamente agitado. O campo magnético ainda seria capaz de emitir rajadas de radiação na região do equador do próprio magnetar, acreditam os pesquisadores. 

Essas seriam as condições propícias para a formação de uma espécie de "lâmina de plasma" no centro desse magnetar. Capaz de se movimentar quase na velocidade da luz e de transportar uma enorme quantidade de energia, essa lâmina seria capaz de cortar a estrela ao meio enquanto se desloca para fora dela.

A energia transportada nesse momento seria superior a da explosão de uma supernova, por exemplo. Mas, depois de atingir a estrela, e antes de perder força, essa lâmina ainda pode ser capaz de percorrer uma distância superior ao raio da estrela atingida. Esse movimento final seria, portanto, a explicação para os GRBs de maior duração.

A partir dessa constatação, o próximo passo é explicar como essa lâmina se desenvolve e analisar em detalhes como ela atua no processo de morte estelar. Com isso, será possível analisar eventos potencialmente relacionados com esse tipo de ocorrência no universo.

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