Por que metais como o ouro não foram parar totalmente no núcleo da Terra?

25/10/2023 às 12:002 min de leitura

Metais como ouro e platina são bastante difíceis de serem encontrados. Esse é, inclusive, um dos motivos que fazem com que eles sejam considerados tão preciosos e tenham um grande valor. Porém, um estudo recente indica que eles poderiam ser ainda mais difíceis de serem encontrados.

Sugados pelo núcleo?

Mina de extração de platina na África do Sul. (Fonte: Wikimedia Commons)Mina de extração de platina na África do Sul. (Fonte: Wikimedia Commons)

A maneira como o nosso planeta evoluiu ao longo de mais de 4 bilhões de anos ainda é motivo de estudos. Astrônomos, geólogos e cientistas de outras áreas precisam partir de dados atuais para criarem modelos que os ajudem a entender os diferentes fenômenos que fizeram com que o nosso planeta se tornasse o que ele é atualmente. Porém, em alguns casos, tais modelos não conseguem oferecer uma explicação completa, ou os dados não batem com o observado atualmente.

Um exemplo disso está relacionado à presença de metais pesados, como o ouro e a platina, na superfície terrestre. Todos os estudos sugeriam que a maior parte deles deveria ter afundado para o núcleo do planeta. A Terra primitiva era um lugar muito quente, constantemente atingido por grandes asteroides e, enquanto a crosta ainda estava em formação, com uma grande movimentação de elementos químicos.

Além disso, a maior parte do núcleo terrestre é formado por ferro. Isso deveria fazer com que os metais siderófilos — aqueles que se ligam mais facilmente ao ferro do que ao oxigênio —, como ouro, platina e irídio, fossem “capturados” com mais facilidade pelo núcleo.

Somente após a formação da crosta terrestre é que essa movimentação deveria parar, fazendo com que impactos de asteroides menores não fossem capazes de penetrá-la. Isso faria com que mesmo os elementos mais siderófilos ficassem depositados acima da crosta.

O problema dessa teoria é que a quantidade de ouro, por exemplo, deveria ser consideravelmente inferior à que existe. E o mesmo valeria também para outros metais pesados. Ou seja, a conta não batia e um novo modelo precisou ser proposto.

Outra possibilidade

Grandes impactos podem ser a melhor explicação para a presença de metais siderófilos na Terra. (Fonte: GettyImages)Grandes impactos podem ser a melhor explicação para a presença de metais siderófilos na Terra. (Fonte: GettyImages)

Os professores Jun Korenaga e Simone Marchi — da Universidade de Yale e do South-West Research Institute, respectivamente — desenvolveram um novo modelo para tentar explicar como alguns dos metais siderófilos que chegaram à Terra antes da formação da crosta não foram parar no núcleo terrestre.

Elementos siderófilos formam cerca de 0,5% da massa da Terra. Para explicar essa concentração, Korenaga e Marchi propuseram que a maior parte desses elementos tenham vindo para o nosso planeta por meio de objetos gigantes, com cerca de 1 mil quilômetros ou mais.

De acordo com a dupla, a maior parte desses impactos deve ter ocorrido após a formação do núcleo da Terra. Isso faria com que eles se concentrassem no manto, uma região na qual a retenção dos elementos siderófilos seria mais difícil. Com a atividade vulcânica, esses elementos puderam, enfim, ser depositados na crosta.

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: