Estilo de vida
12/11/2023 às 05:00•2 min de leitura
A ilha Redonda, situada no Caribe e pertencente a Antígua e Barbuda, tem testemunhado uma transformação notável. Com uma área de aproximadamente 1,5 km de comprimento e 0,5 km de largura, o local passou de uma paisagem árida e degradada a um refúgio verdejante de vida selvagem, sendo um exemplo inspirador de conservação e restauração bem-sucedidas.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
A introdução de cabras-selvagens na ilha por colonizadores no século XVIII desencadeou um dos maiores desafios do desequilíbrio que atingia a região. Esses animais se alimentaram vorazmente das plantas nativas, ameaçando a vegetação e o equilíbrio ecológico, o que levou ao empobrecimento do solo e à erosão, e tornou a paisagem lunar árida.
Mais tarde, no século XIX, a ilha se tornou um centro de comércio de guano, e com a prática vieram ratos invasores. Esses roedores não apenas destruíram as espécies nativas de aves, comendo seus ovos, mas também representaram uma ameaça à vegetação, alimentando-se de sementes e plantas nativas. A presença de ratos e a falta de vegetação também contribuíram para a erosão do solo.
(Fonte: Getty Images)
Em 2016, grupos ambientalistas lançaram um ambicioso esforço para erradicar essas espécies invasoras da ilha. As cabras, que não estavam acostumadas ao contato humano, tiveram que ser encurraladas e transportadas de helicóptero. A erradicação de ratos envolveu a colocação de iscas estratégicas, temperadas com substâncias que eram atraentes para os roedores, mas inofensivas para as aves e répteis nativos.
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Apesar dos desafios, a restauração foi bem-sucedida. Após a erradicação das espécies invasoras, a vegetação floresceu e a biodiversidade aumentou de maneira surpreendente. Diversas espécies de aves terrestres retornaram à ilha. Além disso, as populações de lagartos endêmicos também se recuperaram. A paisagem árida deu lugar a uma exuberante vegetação, criando um ambiente propício para a vida selvagem.
(Fonte: Ed Marshall/Fauna & Flora/Reprodução)
O governo de Antígua e Barbuda declarou o local como uma área de proteção ambiental, agora designada Reserva do Ecossistema de Redonda. A proteção abrange uma vasta área de terra e mar, para garantir a biodiversidade e a condição de local de nidificação essencial para aves migratórias. A dimensão da Reserva permitiu que o país atingisse sua meta "30x30", contribuindo para o compromisso global de proteger 30% do planeta para a natureza até 2030.
A transformação da ilha Redonda de um ambiente degradado para um paraíso ecológico é uma história inspiradora de conservação bem-sucedida. Os habitantes de Antígua e Barbuda, que antes chamavam Redonda de "a rocha", tornaram-se os guardiões da ilha e se orgulham do sucesso da restauração. O resultado do esforço conjunto entre organizações, governo e parceiros internacionais demonstra que, mesmo em face de desafios ambientais, é possível fazer a diferença e fornecer esperança para as futuras gerações.