Artes/cultura
12/11/2023 às 14:00•2 min de leitura
Que todo ser humano faz cocô é algo que sabemos bem, mas você tinha ideia que parte de suas fezes pode se fossilizar? Se transformando, então, em coprólitos, você pode até pensar que excrementos antigos são ainda mais nojentos do que o normal, mas eles fornecem uma série de informações relevantes para que pesquisadores aprendam mais sobre a humanidade.
Por exemplo, os coprólitos podem revelar quais os alimentos que as pessoas comiam em determinada época, os parasitas que viviam nos seus intestinos e até provar que os humanos viviam numa área específica durante a última era glacial. Pensando nisso, separamos uma lista com cinco vezes que as fezes humanas fossilizadas nos trouxeram mais conhecimento sobre a vida!
(Fonte: Getty Images)
Fezes humanas encontradas em latrinas antigas revelaram que os parasitas intestinais eram algo comum no mundo antigo. Por exemplo, os banheiros da Era Bíblica em Jerusalém continham excrementos com protozoários causadores da chamada "diarreia viajante", enquanto dejetos humanos do Império Romano tinham tricurídeos e lombrigas causadoras de disenteria.
Esses desagradáveis seres mostraram que as pessoas daquelas épocas provavelmente comiam carne mal cozida, como o molho de peixe cru e fermentado conhecido como garum. Porém, outra hipótese é que esses parasitas se espalhavam por meio de más práticas de saneamento, como água contaminada ou falta de lavagem das mãos.
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Durante quase um século, pesquisadores acreditavam que os primeiros humanos nas Américas foram os Clóvis, um grupo que chegou à região pouco antes de 13 mil anos atrás. Contudo, nas últimas décadas, investigadores encontraram evidências que indicam que os humanos chegaram nessa parte do planeta milhares de anos antes.
Uma dessas descobertas foi a de coprólitos humanos nas cavernas de Paisley, nos Estados Unidos, os quais mostram que humanos estiveram nessa região há 14,5 mil anos.
Saiba mais: Quando os primeiros humanos chegaram nas Américas?
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Por si só, Stonehenge já é um monumento curioso o suficiente. Contudo, os trabalhadores da construção neolítica deixaram para trás mais do que apenas estruturas de pedra. Em Durrington Walls, um assentamento neolítico a cerca de 2,8 km de distância da construção, os pesquisadores encontraram aglomerados fossilizados de fezes humanas.
Essa descoberta sugere que esses trabalhadores realizavam festas de inverno épicas, nas quais eles e seus cães comiam carne mal cozida repleta de ovos de parasitas. Inclusive, essa é a primeira evidência histórica de parasitas intestinais recuperados na Grã-Bretanha neolítica.
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A prova de que os humanos da Idade da Pedra Média, ou do Período Mesolítico, eram canibais, também pôde ser vista em seus coprólitos. Afinal, pesquisadores encontraram pedaços de ossos humanos em cocô humano de 9 mil a 10,2 mil anos atrás, nas profundezas de uma caverna em Alicante, na Espanha.
Alguns desses ossos tinham marcas de mordidas, cortes e arranhões. No entanto, não se sabe ao certo se essas pessoas foram comidas durante rituais ou simplesmente porque os canibais estavam morrendo de fome.
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O DNA antigo de coprólitos de 1,5 mil anos no Caribe relevou quais eram os alimentos preferidos pelas culturas pré-colombianas. Dois grupos em Porto Rico, chamados de Huecoid e Saladoid, costumavam comer uma variedade de alimentos — incluindo milho, batata-doce, pimenta, amendoim, mamão e tomate.
No entanto, dois ingredientes chamaram a atenção na lista: algodão e tabaco. Pesquisadores acreditam que é possível que as sementes ou óleo de algodão tenham sido consumidos por esses povos. Outra possibilidade é que as mulheres indígenas que teciam com fibras de algodão usassem a saliva para preparar o fio cru, o que deixaria resquícios de algodão em suas fezes.