Ciência
25/11/2023 às 07:00•2 min de leitura
Com o aumento significativo no número de satélites no espaço, a preocupação com o lixo espacial cresce proporcionalmente. Diante desse desafio, cientistas das agências espaciais dos Estados Unidos (NASA) e do Japão (JAXA) estão trilhando uma rota inovadora: a criação do primeiro satélite artificial de madeira do mundo.
Previsto para ser lançado em 2024, esse projeto promete não apenas abordar a problemática do lixo espacial, mas também buscar uma solução ecologicamente consciente para as estruturas que circundam nosso planeta.
(Fonte: JAXA/Reprodução)
Com mais de 10 mil satélites em órbita, a quantidade de lixo espacial tornou-se uma preocupação. A predominância do alumínio, material tradicional dos satélites, torna-se um fator agravante quando esses dispositivos se desintegram durante a reentrada atmosférica, contribuindo para a poluição do nosso ambiente.
Diante dessa ameaça crescente, os pesquisadores agora direcionam seus esforços para avaliar a viabilidade dos satélites de madeira, uma inovação que desafia as normas da indústria espacial. Em 2020, foi lançado o revolucionário projeto LignoStella Space Wood, destinado a explorar a durabilidade de diferentes tipos de madeira no ambiente hostil do espaço. A ousada proposta submeteu as amostras de madeira a mais de 290 dias de exposição na Estação Espacial Internacional.
O resultado desses testes desafiadores foi surpreendente. Contrariando as expectativas e desmistificando preocupações comuns sobre o uso de madeira no espaço, as amostras não exibiram quaisquer sinais visíveis de decomposição ou danos. Entre as variedades testadas, a madeira de magnólia mostrou-se a mais promissora.
O alumínio dos satélites tradicionais podem danificar a camada de ozônio. (Fonte: Getty Images)
Pesquisadores destacaram que o alumínio presente nos satélites contribui significativamente para as partículas de aerossol na estratosfera, podendo afetar a camada de ozônio. Como a madeira queima completamente ao reentrar na atmosfera, os satélites feitos desse material oferecem uma solução potencial para minimizar esse impacto ambiental.
Contudo, embora apresente vantagens, o uso de recursos naturais em hardware espacial ainda são uma incógnita. A missão conjunta da NASA e da JAXA, Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial, está prevista para o verão de 2024 e será crucial para monitorar e avaliar o desempenho dessa inovação ao longo do tempo.
A busca por soluções sustentáveis no espaço é essencial, dada a crescente ameaça do lixo espacial. Os satélites de madeira apresentam-se como uma alternativa promissora, proporcionando não apenas uma opção ecologicamente correta, mas também potencialmente mais eficiente. O lançamento previsto para 2024 marca um passo audacioso em direção a um futuro onde a inovação e a sustentabilidade coexistem no vasto cosmos.