Artes/cultura
28/11/2023 às 13:00•2 min de leitura
Com as festividades de final de ano chegando, pais no mundo inteiro têm decidido quais brinquedos comprarão para seus filhos em 2023. Muitas das opções mais cobiçadas envolvem um toque a mais de tecnologia, como drones iluminados ou até mesmo livros que tocam sons de animais. O problema, porém, é que esses brinquedos que acendem, emitem sons e se movem por conta própria tem se tornado um desastre para o meio ambiente.
Segundo um relatório recente publicado pela WEEE Forum, uma organização multinacional sem fins lucrativos focada na gestão de "resíduos de equipamentos eletrônicos", o mundo descartou 7 bilhões de toneladas de brinquedos eletrônicos somente em 2022. Muitos desses objetos não chegou a uma instalação adequada de reciclagem de lixo eletrônico e foi parar em aterros sanitários, gerando uma crise ambiental de âmbito global. Tudo isso é o resultado da falta de regulamentações e programas de conscientização do consumidor a respeito de brinquedos contendo baterias e placas de circuito.
(Fonte: GettyImages)
De acordo com especialistas, brinquedos eletrônicos frequentemente vão parar no lixo normal, aumentando o risco de incêndios de baterias em instalações de gestão de resíduos e criando novos riscos ambientais em aterros sanitários. Até mesmo quando as pessoas querem reciclar seus brinquedos eletrônicos de forma adequada, muitas vezes isso não acontece porque recicladores se negam a receber os equipamentos por "conter muito pouco material que valha a pena reciclar".
Na visão dos especialistas, fabricantes e varejistas de brinquedos deveriam assumir mais responsabilidade pelo desperdício de seus produtos. Isso significa que deveriam criar programas de devolução de brinquedos quebrados, redesenhar seus produtos para serem mais amigáveis à reciclagem ou simplesmente adotar novos modelos de negócio que substituam brinquedos baratos e descartáveis por materiais feitos para durar mais.
De acordo com o relatório, o custo de fabricação de componentes eletrônicos caiu tanto nas últimas décadas que agora deveria ser relativamente fácil incorporá-los nos brinquedos mais simples e baratos. O problema, no entanto, é que esses produtos eletrônicos baratos não são necessariamente feitos para durar e não costumam ter baterias substituíveis. Como consequência, o lixo eletrônico tem aumentado imensamente todos os anos, gerando um desgaste para a reciclagem e para o meio ambiente.
(Fonte: GettyImages)
Um grande problema sobre o lixo eletrônico é a falta de locais de coleta para esse tipo de lixo. Muitas vezes, os governos locais não fornecem apoio o suficiente para custear a coleta e o envio para um reciclador. Diversos países ao redor do mundo até possuem políticas sobre esse tipo de lixo, mas tudo se complica quando o assunto são os brinquedos eletrônicos.
Estudos mostram que entre 20% e 30% dos grandes eletrônicos, como televisões e impressoras, são reciclados em escala global. Contudo, a reciclagem de brinquedos eletrônicos está mais próxima de apenas 10%. Para resolver essa crise de resíduos, especialistas dizem que os reguladores e a indústria de brinquedos precisam estar mais atentos.
Visando uma solução para esse problema, governos deveriam expandir seus esquemas de coleta de lixo para incluir mais categorias de produtos eletrônicos. Por fim, todos nós também teremos que reformular a nossa relação com os brinquedos e parar de considerá-los facilmente descartáveis. Somente assim o mundo deixará de sofrer tanto com as ações impensadas dos seres humanos.