Artes/cultura
04/12/2023 às 08:00•2 min de leitura
O dia 1º de dezembro ficou marcado como mais uma data em que os olhos do mundo se voltaram para o Japão. Dessa vez, o país asiático ganhou os holofotes de várias pessoas por inaugurar o JT-60SA, considerado o maior reator de fusão nuclear em atividade.
Criado com um formato de rosquinha, ele será utilizado por pesquisadores com o intuito de tornar a fusão nuclear uma fonte viável de energia. Apesar de ter sido ligado pela primeira vez em outubro deste ano para a realização de alguns testes, apenas agora ele entrou em pleno funcionamento.
Um detalhe importante referente à construção do JT-60SA é que ele existe graças ao apoio da União Europeia, além de países como Suíça, Reino Unido, Índia, Japão, Rússia, China e Estados Unidos.
Dentre os principais motivos para essa ajuda da União Europeia, é importante destacar que o reator japonês vai testar suas tecnologias para que elas possam ser aplicadas no Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER), que será projetado na França.
Um ponto importante é que a fusão nuclear é a reação que alimenta o sol e outras estrelas. Ela é capaz de gerar grandes quantias de energia, mas até o momento os cientistas não conseguiram tornar esse processo energeticamente eficiente.
Tecnologias usadas no JT-60SA serão aplicadas no Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER). (Fonte: IFLScience/Reprodução)
Dessa forma, um dos propósitos para o JT-60SA é demonstrar se é possível, de fato, produzir uma quantidade líquida de energia. Vale destacar que a fusão é uma reação termonuclear em que dois núcleos leves se fundam para gerar um núcleo pesado, com grandes quantidades de energia surgindo no processo.
"O que acontece aqui hoje será importante amanhã para a contribuição da fusão num mix energético livre de carbono. O JT-60SA é fundamental para o roteiro internacional de fusão porque oferece uma possibilidade única de aprender, operar este dispositivo de fusão único e compartilhar esse conhecimento valioso com o ITER", comentou Marc Lachaise, diretor da Fusion for Energy, durante discurso de inauguração do JT-60SA.
Para gerar a energia no JT-60SA, o plasma fica em um campo magnético extremamente forte, onde é aquecido até atingir a casa de 200 milhões de graus Celsius. Além disso, ele conta com correntes que podem alcançar 1 milhão de amperes.
Em contrapartida, os pesquisadores acreditam que o Reator Termonuclear Experimental Internacional será capaz, até 2035, de queimar o plasma primeiro e depois realizar a fusão nuclear total, melhorando um pouco mais esse processo.