Grande Muralha da China é protegida por 'biocrosta' em várias partes

18/12/2023 às 14:002 min de leitura

A Grande Muralha da China é um marco cultural icônico que existe há milênios. Contudo, a estrutura de 21 mil km de extensão também corre o risco de desaparecer devido à erosão natural. Agora, um novo estudo descobriu que algumas partes dessa estrutura estão mais bem protegidas das intempéries do que outras.

Quem realiza essa proteção adicional são musgos, líquen e cianobactérias, que criaram uma camada de "biocrostas" em algumas seções da muralha, segundo uma pesquisa publicada na revista Science Advances. Além de fortalecer a parede, as biocrostas também a protegem do vento e da água. Logo, essa "cobertura viva" também isola o monumento das flutuações de temperatura.

Criação da Grande Muralha

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Construída e conectada ao longo de milhares de anos, começando por volta de 220 a.C., a Grande Muralha da China foi feita para criar um "sistema de defesa unido" para a fronteira morte do país. Algumas seções foram construídas com taipa de pilão, um processo que envolve a compactação de materiais naturais, como cascalho e solo, para criar estruturas robustas.

Esses materiais também forneceram um habitat ideal para o crescimento de certos organismos. Com o tempo, isso também fez surgir uma camada protetora de biocrosta sobre a terra batida. Cientistas chineses queriam compreender melhor como esses organismos atuavam nas paredes no monumento. Por isso, recolheram amostras de uma secção de cerca de 480 km de comprimento. Quando analisaram as amostras, descobriram que 67% da área estudava estava coberta por biocrostas.

Eles também realizaram uma série de experimentos para comparar as amostras nuas e as cobertas pelos organismos. As seções tapadas por biocrostas se mostraram menos porosas e resistiram melhor em testes que medem sua resistência e estabilidade.

Descobertas intrigantes

(Fonte: Bo Xiao/Divulgação)(Fonte: Bo Xiao/Divulgação)

Os pesquisadores foram pegos de surpresa ao descobrirem que algumas amostras de biocrostas eram três vezes mais resistentes do que as amostras de taipa nua. Esses dados fazem completamente sentido, uma vez que os cientistas já sabiam sobre o funcionamento das cianobactérias e de outros organismos na natureza.

Eles secretam substâncias que atuam como ligantes naturais das partículas de taipa, que funcionam como se fosse cimento na construção. Isso ajuda a formar uma rede de proteção mecânica e estabilidade contra a erosão externa na Grande Muralha da China. 

Em comunicado oficial, a coautora do estudo e cientista de solo da China Agricultural Universidade em Pequim, Jennifer Nalewicki, afirmou que a nova investigação poderá ajudar a formar estratégias de conservação para o monumento em questão e outras estruturas patrimoniais criadas a partir da taipa. Alguns estudiosos também especulam que as biocrostas podem causar a deterioração mais rápida das estruturas históricas, mas este estudo sugere o contrário.

Em vez disso, as biocrostas combinam de maneira útil as funções protetoras de diversas medidas convencionais em uma estratégia baseada na natureza, econômica, ecologicamente correta e duradoura. 

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: