Artes/cultura
17/01/2024 às 12:00•2 min de leitura
O X-59, um avião capaz de voar mais rápido do que a velocidade do som sem emitir o estrondo característico liberado ao alcançar tal condição, foi apresentado pela NASA no dia 12 de janeiro. O projeto promete revolucionar a aviação comercial, permitindo diminuir o tempo das viagens pela metade.
Desenvolvida em parceria com a Lockheed Martin, a aeronave experimental atinge velocidade máxima de 1.488 km/h, o equivalente a 1,4 vez a velocidade do som. Mas diferente de outros aviões supersônicos, é muito mais “silenciosa”, como afirma a agência espacial americana.
Incômodo e com potencial para causar estragos, o estrondo sônico acontece quando o avião supera a barreira do som — 1.234,8 km/h. Trata-se de uma grande e barulhenta liberação de energia sonora proporcionada pelas ondas de pressão geradas durante o movimento do jato se fundindo em uma única onda de choque.
(Fonte: NASA/Divulgação)
Por causa da liberação de estrondos sônicos abaixo do trajeto dos aviões supersônicos, causando desconforto à população, esse tipo de voo comercial foi proibido nos Estados Unidos e diversos outros países. E é isso que a NASA quer mudar com o lançamento do X-59.
Em desenvolvimento desde 2018 como parte da missão Quesst, o avião X-59 tem 30,3 m de comprimento e 9 m de largura. Seu design diferenciado inclui um nariz fino e cônico, que representa quase um terço do tamanho da aeronave, onde fica o seu segredo para torná-lo silencioso.
Segundo a NASA, o desenho ajuda a “quebrar” as ondas de pressão liberadas ao superar a velocidade do som, possibilitando criar uma aeronave supersônica silenciosa. Já o motor fica na parte superior e tem base lisa capaz de evitar a fusão das ondas de choque, contribuindo também para a ausência dos estrondos.
Devido à configuração, a cabine foi colocada quase na metade do comprimento do X-59 e não existe uma janela voltada para a frente. Para que o piloto veja o que está à sua frente, há várias câmeras de alta resolução gerando imagens para um monitor 4K instalado na cabine.
Cabe ressaltar que o modelo experimental não possui espaço para passageiros. Dessa forma, a ideia é incorporar a sua tecnologia em futuros aviões supersônicos comerciais, assim como aconteceu com o Concorde, aposentado em 2003.
O primeiro voo real do avião NASA X-59 está previsto para acontecer ainda este ano, em data a ser divulgada. Ele vai sobrevoar áreas residenciais nos EUA pré-selecionadas, permitindo a coleta de informações referentes ao barulho provocado e como ele foi sentido pela população.
A agência espacial e seus parceiros querem verificar se os ruídos emitidos, em torno de 75 decibéis, como previsto nos testes iniciais, são aceitáveis e podem contribuir para mudar a regulação atual. Somente a partir da análise dos dados do experimento é que os próximos passos do projeto serão dados.