Orquídea vermelha descoberta em vulcão extinto surpreende pesquisadores

20/01/2024 às 11:002 min de leitura

Encontrar algo raro é definitivamente uma experiência especial, mas quando se trata de orquídeas, esperar 80 anos por uma e, de repente, se deparar com duas é uma reviravolta surpreendente! Uma recente expedição científica ao topo do Monte Nok, na remota ilha de Waigeo, na Indonésia, não apenas redescobriu a orquídea azul Dendrobium azureum, mas também tropeçou em uma nova espécie, brilhantemente vermelha.

No ano de 2020, um time de cientistas liderado pelo orquidólogo Dr. André Schuiteman, dos Jardins Botânicos Reais de Kew Gardens, perto de Londres, partiu em busca dessa orquídea azul, não vista há oito décadas. Ao escalarem o vulcão extinto, não apenas encontraram a desaparecida D. azureum, mas também se depararam com uma segunda espécie, completamente nova para a ciência.

Flores vermelhas brilhantes

(Reprodução Yanuar Ishaq Dwi Cahyo/BRG Kew/Reprodução)(Reprodução Yanuar Ishaq Dwi Cahyo/BRG Kew/Reprodução)

A recém-descoberta espécie de orquídea, identificada como Dendrobium lancilabium, não só estava relacionada à orquídea azul, como também exibia flores vermelhas vibrantes. Ela foi nomeada em homenagem à Sra. Wury, esposa do vice-presidente da Indonésia, em reconhecimento às suas contribuições para a conservação de orquídeas e outras flores locais na província de Papua Ocidental. 

A orquídea vermelha se junta a outras nove subespécies de plantas nomeadas desde dezembro de 2022 por Schuiteman e seus parceiros, abrindo novos horizontes para a compreensão da flora do Sudeste Asiático. A busca por espécies "perdidas", como a D. azureum, é uma tendência global entre cientistas, que procuram por segredos da natureza em meio às ameaças do clima.

Apesar de ser mais do que obrigação celebrar essas descobertas incríveis, o cientista Dr. Martin Cheek, líder de pesquisa sênior na equipe africana dos Jardins Botânicos Reais de Kew Gardens, destaca a importância de documentar cientificamente as espécies.

Em um comunicado ao site IFLScience, Cheek afirma que é crucial realizar todos os esforços possíveis para explorar o campo com parceiros e identificar as plantas e fungos que ainda não foram cientificamente descritos. "Sem isso, corremos o risco de perder essas espécies sem sequer saber de sua existência", explica. 

A ciência em meio às ameaças ambientais

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Neste emocionante período para a ciência, a descoberta simultânea de uma espécie perdida e de uma completamente nova ressalta a importância do trabalho científico em meio às mudanças climáticas. Dr. Cheek destaca que é um ótimo momento para ser um cientista, mas mesmo fazendo essas maravilhosas descobertas, devemos lembrar que a natureza está sob ameaça. "Temos o poder de fazer algo a respeito, e isso se torna ainda mais crucial diante dos desafios enfrentados pelo meio ambiente", finaliza. 

O trabalho científico não apenas revela a incrível diversidade da vida, mas também destaca a responsabilidade que temos na preservação e proteção dessas espécies em um cenário de mudanças climáticas. 

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