Estilo de vida
21/01/2024 às 12:00•2 min de leitura
Enquanto a maioria dos telescópios da Terra busca por vida alienígena em diversos exoplanetas, um investigador da pesquisa SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre) fez o percurso inverso. Ele acaba de divulgar um artigo questionando até que ponto as nossas construções artificiais são visíveis para civilizações extraterrestres avançadas.
Embora adote uma suposição especulativa, a de que civilizações extraterrestres existam e estejam nos observando, a pesquisa, publicada na revista Acta Astronautica, parte de um pressuposto básico: o de que as leis da física, tal qual as compreendemos, são corretas e universais.
Foi com base nessa universalidade das leis da física que o autor, Z. N. Osmanov, descobriu que "a distância máxima onde a detecção é possível é da ordem de 3 mil anos-luz e, sob certas condições, sociedades alienígenas avançadas do Tipo II podem ser capazes de resolver este problema", diz o estudo.
Para que uma civilização alienígena conseguisse enxergar uma construção terrestre, uma condição precisa ser cumprida: que ela já esteja de pé quando o seu sinal de luz chegar ao seu destino cósmico. Isso determina uma distância máxima de visibilidade para qualquer civilização alienígena.
Se as construções tiverem sido erguidas, por exemplo, há cerca de três mil anos, esses ETs terão que estar dentro do espectro de três mil anos-luz para conseguir observá-las. De forma análoga, comunidades interplanetárias mais distantes do que 100 anos-luz não conseguiriam ver os nossos arranha-céus, e se estiverem há mais de 25 anos-luz, não verão nossas estações espaciais.
Com base nessas limitações, Osmanov propõe que atualmente existem 650 civilizações alienígenas cuja proximidade permite detectar nossos edifícios e estruturas atuais.
(Fonte: Getty Images)
Como não temos atualmente nenhuma evidência de qualquer tipo de vida extraterrestre, Osmanov tomou como base as capacidades das civilizações Tipo I e Tipo II da chamada escala de Kardashev. Nas de Tipo I, as civilizações planetárias são capazes de aproveitar e controlar toda a energia disponível em seu próprio planeta. Uma civilização desse tipo não seria, segundo o autor, capaz de construir um telescópio capaz de nos observar.
Já no caso da civilização do Tipo II, chamada de estelar, ela seria capaz de usar a produção total de energia de uma estrela típica. Civilizações desse tipo poderiam, segundo Osmanov, ter um nível de sofisticação tecnológica suficiente para nos observar, de forma direta, a centenas ou mesmo milhares de anos-luz de distância, embora sejam mais raras.
Dessa forma, seríamos visíveis apenas ao número de civilizações do Tipo II mais próximas. Se houver, por exemplo, milhões delas na nossa Via Láctea, teríamos que fazer um filtro para isolar aquelas a alguns milhares de anos-luz da Terra. Elas poderiam estar agora voltando seus poderosos telescópios em direção à Terra, e admirando os egípcios construindo as primeiras pirâmides.