Ciência
22/01/2024 às 08:00•2 min de leitura
A Segunda Guerra Mundial não envolveu apenas grandes generais, exércitos bem equipados e estratégias audaciosas, como a invasão do Dia D. Do lado britânico, boa parte do trabalho era feito em escritórios e galpões, com a ajuda de uma tecnologia até então inédita.
Uma das armas secretas dos Aliados era um computador chamado de Colossus. Sem ele, especula-se que muitos conflitos teriam durado horas ou até dias a mais, além de resultar na perda de mais vidas.
O Colossus em toda a sua grandeza.
Apenas em 2024, no aniversário de 80 anos do equipamento, é que novas fotos desse gigante eletrônico foram divulgadas. Elas ajudam a entender ainda mais a importância que ele teve para o desfecho do conflito.
O grande papel do Colossus era decifrar mensagens entre generais nazistas que eram interceptadas na Europa. Os recados envolviam a discussão de táticas, pedidos de ajuda e confirmação de planos.
O elaborado esquema de fios e botões.
Como os soldados usavam um elaborado e complexo esquema de codificação, o trabalho manual de interpretação levava tempo demais. Um computador é capaz de realizar cálculos e calcular probabilidades muito mais rapidamente do que o mais habilidoso dos humanos nesse caso.
A sua unidade principal ficava no Bletchley Park, uma instalação militar britânica que tinha mulheres como a maioria das funcionárias em codificação e operação do computador.
Funcionárias trabalhando na operação do Colossus.
Segundo o Government Communications Headquarters (GCHQ), que é o serviço de inteligência do Reino Unido, o papel do Colossus foi grande até ao ajudar a criar mensagens falsas, que fizeram Hitler pensar que o desembarque das tropas no Dia D seria em Pas De Calais e não na região da Normandia.
Ao todo, ele trabalhou com mais de 63 milhões de caracteres e continuou a serviço do governo até ser descontinuado e desmontado na década de 1960. Logo após o fim da guerra, toda a equipe foi ordenada a guardar segredo sobre o projeto em Bletchley Park e a existência do próprio Colossus.
Construído em 1944 pelo engenheiro Tommy Flowers, o Colossus é tido por muitas fontes como o primeiro computador totalmente eletrônico a entrar em operação.
O Colossus ocupava uma sala inteira e precisava de várias pessoas para operá-lo ao mesmo tempo.
A máquina tinha dois metros de altura e é composta por 2.500 válvulas que a mantém funcionando. Após ser alimentado com cartões perfurados que na época faziam o papel da memória, o Colossus soltava os resultados em fitas de papel que também precisavam de interpretação.
Apenas no começo dos anos 2000 o GCHQ revelou a existência do computador e o seu papel na Segunda Guerra Mundial, mas ainda há documentos a seu respeito guardados — como o caso das fotos que ilustram este texto e só saíram agora.