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23/01/2024 às 08:18•2 min de leitura
Uma das coisas essenciais para existência de vida na Terra é a água. Em Marte, a ciência já havia encontrado depósitos de gelo nos polos. Agora, um novo acúmulo de água em estado sólido foi encontrado debaixo do "equador" do Planeta Vermelho por uma pesquisa recente, já publicada no jornal científico Geophysical Research Letters.
A história é a seguinte: em 2007, pesquisadores descobriram um depósito muito curioso na Formação de Medusa Fossae — uma formação rochosa próxima ao equador de Marte. Eles não conseguiam dizer exatamente o que havia abaixo daquelas rochas, mas sabiam que não se tratava de outras rochas. Os sinais dos radares indicavam algo menos denso. Porém, ainda não era possível afirmar que se tratava de gelo.
Agora, quase 20 anos depois da pesquisa original, o radar MARSIS conseguiu estudar essa formação com mais detalhes — e os sinais apontam para uma camada de gelo gigantesca.
De acordo com o Dr. Thomas Watters, um dos autores do estudo, os sinais correspondem ao que se esperaria em camadas de gelo. São sinais semelhantes aos encontrados nas calotas polares de Marte, onde a ciência já encontrou água em estado sólido.
A Formação de Medusa Fossae (Fonte: ESA via IFL Science)
O Dr. Thomas Watters também afirma que os tais depósitos de gelo são muito maiores do que os pesquisadores pensavam anteriormente: até 3,7 km de profundidade.
Dados da Agência Espacial Europeia (ESA) indicam que há tanto gelo na Formação de Medusa Fossae que, se tudo derretesse, o planeta vermelho coberto de água. A inundação seria de 1,5 a 2,7 metros de profundidade, segundo as estimativas. Esse é um volume de água equivalente ao Mar Vermelho aqui da Terra.
Acredita-se que a Formação de Medusa Fossae contém grandes camadas de gelo e poeira — tudo coberto por uma camada com centenas de metros de poeira ou cinzas.
Agora, os cientistas querem entender de onde esse gelo todo surgiu, como ele se formou e como Marte era naquela época. "Se for confirmado que isso é gelo de água, esses depósitos gigantes mudariam o nosso entendimento da história climática de Marte", afirmou o cientista Colin Wilson, da Agência Espacial Europeia.
Segundo ele, qualquer depósito de água antiga seria um "alvo fascinante para exploração humana ou de robôs". Em resumo, a descoberta dos depósitos de gelo respondeu a muitas perguntas, mas trouxe várias outras — que a ciência deve investigar nos próximos anos.