Estilo de vida
15/02/2024 às 04:30•2 min de leitura
Para quem ama astronomia, viajar pelo espaço e ver um pouco mais de "perto" planetas e satélites naturais não é uma possibilidade.
Por conta disso, após o falecimento de uma pessoa aficionada por esse universo, há famílias que encontraram uma forma de transformar parte desse luto num gesto simbólico, enviando as cinzas do seu ente querido para a Lua.
Em 1998 foi a primeira vez que isso ocorreu. Nesta ocasião, as cinzas do astrônomo Eugene Shoemaker foram transportadas pela NASA, durante a missão Lunar Prospector. Mas como tem funcionado esse tipo de prática?
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
No início deste ano, em 8 de janeiro, uma nova missão até a Lua realizou o envio de cinzas e amostras de DNA, o que acabou gerando certa polêmica. O serviço foi oferecido por empresas privadas, que, no caso, foram duas: Celestis e Elysium Space.
A primeira empresa transportou cinzas de 65 pessoas, enquanto a segunda não divulgou essa informação. As cinzas de Arthur C. Clarke, autor de ficção científica, estavam entre as enviadas.
Nesta nova missão, o foguete Vulcan Centaur, que partiu da Flórida, após passar por vários adiamentos, carregava consigo a Peregrine. Trata-se de uma sonda, de menor tamanho, encarregada de pousar na Lua. Junto a ela, por sua vez, foram transportadas as cargas memoriais das empresas. Instrumentos científicos também estavam sendo carregados.
Estava previsto que a sonda pousaria na Lua em fevereiro. No entanto, uma falha impediu que tudo ocorresse como o planejado. Após o vazamento de propelente ser detectado, a Peregrine foi estabilizada e entrou em rota de volta para o nosso planeta. Após atravessar a atmosfera, no último dia 18, ela se desintegrou.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Mas antes que esse incidente ocorresse, indígenas da tribo Navajo, da América do Norte, manifestaram sua discordância com essa prática e fizeram um apelo à NASA que adiasse a missão, visto que consideram a Lua sagrada. Em comunicado oficial, a agência declarou que não possui controle do que é enviado no espaço e, portanto, não poderia intervir.
Por conta disso, há quem questione como será controlado esse tipo de serviço. Não seria ilegal enviar cinzas ao espaço? Fato é que, na medida que a exploração espacial avança, ao mesmo tempo que a viagem ao espaço parece estar mais acessível, as práticas comerciais parecem se aproveitar disso.
Tal debate não se restringe meramente ao envio de cinzas, mas considerando ainda que outros itens já foram deixados na superfície lunar, como um retrato deixado por Charles Duke, em 1972, quando participou da missão Apollo 16.
É cobrado, em média, US$ 13 mil, ou quase R$ 65 mil, para o envio das cargas memoriais. Por ora, apenas pacotes de pequenas dimensões podem ser enviados, desde que contenham materiais previamente autorizados.