Casos de tuberculose em neandertais são revelados em análise óssea

06/02/2024 às 09:002 min de leitura

Os neandertais que viveram na Europa Central há cerca de 35 mil anos sofriam de tuberculose, revela uma nova análise de DNA feita dos seus ossos. Essa é a primeira vez na história que essa doença foi identificada em neandertais, levantando questões sobre se a tuberculose contribuiu para a extinção da espécie.

Em dois estudos de investigação publicados na revista Tuberculosis em dezembro de 2023, uma equipe internacional de pesquisadores reanalisou os restos mortais de dois neandertais descobertos em uma caverna na Hungria em 1932 e outra testou-os para Mycobacterium tuberculosis, a bactéria causadora da tuberculose. 

Últimos neandertais

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

A caverna Subalyuk, localizada nas montanhas Bükk, no norte da Hungria, foi usada como abrigo por animais e humanos inúmeras vezes ao longo dos séculos e é considerada um local extremamente importante do Paleolítico Médio ao final. Restos de hominídeos encontrados em uma dessas camadas perto da entrada eram de uma mulher adulta e uma criança com cerca de 3 a 4 anos de idade no momento de sua morte.

Dada a combinação de características humanas e de neandertais nos esqueletos, os investigadores presumiram que há muito tempo que os restos mortais de Subalyuk representavam alguns dos últimos neandertais da Europa Central. A datação por carbono dos cadáveres confirmou que a criança morreu há cerca de 33 a 34 mil anos, enquanto o adulto morreu há cerca de 37 a 38 mil anos.

Já relevantes pelas datas de morte comparativamente recentes, visto que os neandertais foram extintos por volta desta época, os ossos dos indivíduos de Subalyuk contêm pistas adicionais sobre as suas vidas e, potencialmente, também sobre suas mortes. Evidências de infecção esquelética foram encontradas em ambos os casos, incluindo lesões ósseas ao longo da coluna vertebral do adulto e no interior do crânio da criança.

Tuberculose em neandertais

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

As alterações esqueléticas encontradas nos restos mortais, também chamadas de lesões líticas, refletem a perda óssea que pode ocorrer em uma série de doenças. Porém, devido ao local das feridas e os padrões nos corpos neandertais, existem fortes indícios de que esses indivíduos estavam com tuberculose, afirmaram os pesquisadores da Universidade de Szeged, na Hungria.

Para testar esse diagnóstico, os cientistas recolheram amostras de ossos dos dois esqueletos e analisaram-nas em busca da presença do DNA de M. tuberculosis. Ambos os casos deram positivo. Além disso, a análise de biomarcadores lipídicos, útil para caracterizar comunidades de micróbios numa amostra, também sugeriu que ambos os neandertais tiveram tuberculose. 

A descoberta de tuberculose nos neandertais levanta uma questão adicional: como eles contraíram a doença? De acordo com os investigadores, é possível que eles tenham consumido a carne de outros animais que provavelmente tinham contraído tuberculose. Pesquisas futuras sobre esses casos podem fornecer novas evidências de doenças que afetaram os neandertais e, possivelmente, as razões pelas quais a espécie foi extinta. 

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