Artes/cultura
08/02/2024 às 04:30•2 min de leitura
A datação por carbono-14, conhecida como datação por radiocarbono, é uma das técnicas mais essenciais para desvendar o passado. Desenvolvida por Willard Frank Libby na década de 1940, essa inovação científica revolucionou a cronologia histórica. O centro dessa técnica reside no isótopo radioativo carbono-14, cuja presença é fundamental para a precisão das estimativas de idade.
Willard Frank Libby. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Na década de 1940, Willard Frank Libby, professor de química e ex-pesquisador do Projeto Manhattan, liderou uma equipe na Universidade de Chicago para desenvolver a técnica revolucionária de datação por carbono-14. Sua visão inovadora consistiu em contar a quantidade de carbono-14 em uma amostra para estimar sua idade.
A experiência diversificada de Libby, combinando conhecimentos em química e nucleares adquiridos durante seu envolvimento no Projeto Manhattan, permitiu a ele elevar a datação por carbono-14 a novos patamares, estabelecendo as bases para uma revolução na compreensão da cronologia histórica.
Conduzindo experimentos ao longo dos anos, Libby e sua equipe demonstraram que a quantidade de carbono-14 em uma amostra diminui com o tempo, proporcionando uma base sólida para estimar a idade de materiais orgânicos.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
A datação por radiocarbono é fundamentada na decomposição natural do isótopo radioativo carbono-14, originado através da interação de raios cósmicos com a atmosfera. Essa substância é absorvida por organismos vivos, incluindo plantas e animais, durante suas vidas. Com o término da vida do organismo, cessa a absorção, iniciando-se o processo de decaimento do carbono-14.
Ao avaliar a quantidade de carbono-14 em uma amostra, os cientistas podem estimar sua idade com base na taxa de decaimento. A meia-vida do radiocarbono é de aproximadamente 5.730 anos, o que significa que após esse período, metade do carbono-14 original terá se transformado em nitrogênio-14 por meio do processo de decaimento. Essa metodologia proporciona aos cientistas uma ferramenta precisa para estimar a idade de materiais orgânicos antigos, com notável precisão de até 50 mil anos.
A datação por carbono-14 revolucionou a arqueologia. Ao medir a quantidade do radiocarbono remanescente em uma amostra, os cientistas podem calcular quanto tempo passou desde a morte do organismo. Isso é útil para datar materiais orgânicos como ossos, madeira, tecidos e carvão, comumente encontrados em sítios arqueológicos. Apesar da limitação de estimar a idade de fósseis além de 50 mil anos, a datação por carbono-14 continua a ser uma ferramenta valiosa para estudar eventos históricos, mudanças climáticas, evolução humana e outras áreas relacionadas ao passado recente.