4 tipos de múmia que não têm nada a ver com o Egito Antigo

27/10/2024 às 09:002 min de leituraAtualizado em 27/10/2024 às 09:00

Quando pensamos em múmia, imediatamente pensamos no Antigo Egito, não é mesmo? Pois saiba que esse raciocínio, às vezes, pode ser enganoso. Sim, os egípcios dominaram a arte da mumificação como ninguém: basicamente, eles retiravam os órgãos internos dos mortos, lavavam o corpo com vinho e especiarias e, por fim, o esfregavam com natrão, um tipo de sal natural. 

Acontece que, em outros lugares, certos povos também tentaram técnicas diferentes. E há também os vários casos em que a mumificação de um corpo ocorreu por acidente, preservando para sempre o corpo de alguém.

1. Os corpos preservados em pântanos 

(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
O Homem de Tollund é a mais antiga múmia do pântano que se conhece. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Vários corpos, que datavam da Idade de Ferro (ocorrida por volta do século 9 a.C. e o 1 d.C.), foram encontrados em brejos localizados na Europa. Eles estavam mumificados em pântanos de turfa (material orgânico formado a partir da decomposição de vegetais de pequeno porte), que armazenam 20 vezes mais carbono do que solos minerais.

Quando encharcada, a turfa cria um ambiente anóxico, ou seja, livre de oxigênio. Em climas frios, isso acaba levando à preservação de cabelos, roupas e pele humanos. Essas múmias (mais de 500 foram encontradas) têm em comum uma pele em tom marrom escuro, por ter sido curtida em tanino, dando uma aparência semelhante ao couro.

A mais famosa múmia do pântano é o Homem de Tollund, que foi encontrado em 1950 na península de Jutland, na Dinamarca. Ele tem uma barba que aparenta ter uns três dias e é incrivelmente preservado. O mais provável é que esses corpos sejam de pessoas condenadas que foram atiradas lá.

2. Múmias chinchorro

(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
As múmias chinchorro foram preservadas por um método especial, antes dos egípcios. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

As múmias chinchorro são restos de pessoas que pertenciam à cultura chinchorro, no norte do Chile. Elas são consideradas os mais antigos restos humanos mumificados artificialmente – cerca de 2 mil anos antes das múmias egípcias.

O povo chinchorro teria começado a mumificar os seus mortos por volta de 5000 a.C. Quando alguém da comunidade morria, seus familiares retiravam a carne do corpo e secavam os restos mortais com cinzas quentes ou carvão. Depois disso, recheavam novamente o corpo com argila, junco e outros materiais.

3. Múmia de gelo

(Fonte: AFP / Reprodução)
A Donzela de Gelo está incrivelmente preservada. (Fonte: AFP / Reprodução)

Já os povos da Sibéria descobriram que o congelamento era uma forma eficiente de retardar a multiplicação das bactérias que decompõem a carne humana. Os sepultamentos Pazyryk, datados entre os séculos 4 e 3 a.C., guardam múmias impressionantes.

A mais conhecida delas é a chamada Donzela de Gelo. Ela foi encontrada em 1993 pela arqueóloga Natalia Polosmak em Ukok, na Sibéria, perto da fronteira chinesa. A partir dela, soube-se mais sobre os processos de mumificação pelo gelo. Sua sepultura foi inundada pela chuva que congelava durante o inverno, o que conservou a sua câmara mortuária. 

Foi descoberto também que a Donzela de Gelo foi enterrada em um ritual com um sepulcro feito com troncos junto com seis cavalos que foram sacrificados. Ela também possuía um enxoval formado por objetos de ouro, bronze, madeira e seda.

4. Múmias de sal

(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
O sal também é capaz de preservar os corpos. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

O sal também é uma forma de preservar a carne, já que ele retira a umidade e retarda o crescimento de bactérias. Isso explica a mumificação de seis homens do Irã que provavelmente trabalhavam em uma mina de sal de Chehrabad há 1700 anos, e provavelmente morreram depois de um desabamento.

Outra múmia famosa preservada pelo sal é a do monge budista Dashi-Dorzho Itigilov. Ele foi exumado três décadas após sua morte em 1927, e seu corpo estava bem preservado. Ele foi enterrado mais uma vez em um caixão cheio de sal, exumado novamente e por fim reenterrado em 1972. Sua exumação final ocorreu em 2002, quando a múmia foi colocada em exposição.

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