Ciência
13/07/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 13/07/2024 às 09:00
Coisas bizarras e esquisitas com as quais nos deparamos no dia a dia não são apenas objeto de curiosidade, mas, quando não explicadas pela ciência, nos inspiram cultural e artisticamente a buscar explicações ou até mesmo inventá-las.
Os cinco fenômenos aqui relatados, desde uma galáxia furada até um híbrido de rã e cogumelo, são alguns exemplos desses desafios à criatividade.
Como se tivesse sido desenhado para o cenário do filme da Barbie, o lago Hillier, na Austrália, tem águas cor-de-rosa brilhante. Campeão de fotos aéreas, que destacam sua tonalidade incomum, o fenômeno é atribuído por cientistas às algas verdes.
Chamados de cloforofíceas, esses organismos são fotossintéticos e coletam das águas o pigmento betacaroteno (aquele das cenouras), o microrganismo haloarchaea (arqueias halófilas) que aparece avermelhado em grandes flores, e o camarão de salmoura rosa. O resultado é esse pink que pode ser visto do espaço.
Parecidos com pequenas bolhas com um flagelo, os coanoflagelados são organismos unicelulares muito parecidos com as algas. No entanto, uma experiência realizada em 2021 pelo biólogo evolucionista Thibaut Brunet revelou um comportamento inesperado do microrganismo.
Quando o bichinho foi colocado em um espaço apertado, como um labirinto, ele se livrou do seu flagelo, transformou seu corpo rígido em uma espécie de “bolha gelatinosa” e deslizou como uma geleia pelos obstáculos. O artigo, publicado na revista Science, sugere que os coanoflagelados podem ter sido os ancestrais dos animais multicelulares.
Com uma forma espiral parecida com a da nossa Via Láctea, a galáxia NGC 247, localizada a aproximadamente 11 milhões de anos-luz de distância da Terra, chama a atenção por ter um enorme buraco em seu centro. E não é um buraco negro, mas sim um grande vazio com 7 mil anos-luz de diâmetro.
Essa falha é bizarra por destoar completamente do restante da galáxia, cujos braças espirais são pulsantes com estrelas e regiões de formação estelar. Estudado pelo Very Large Telescope (VLT) no Chile e pelo Telescópio Espacial Hubble, essa espécie de “furo” no disco de acreção continua sem explicação.
Os chamados incêndios zumbis aparecem de tempos em tempos em turfeiras do Alasca, Canadá e Sibéria. Essas formações são ecossistemas úmidos compostos por uma grande acumulação de matéria orgânica, geralmente musgo e plantas em decomposição.
Mesmo aparentemente extinto, o fogo continua queimando no subsolo por meses e até anos, e ressurge do nada, quando as condições climáticas permitem. Um dos casos mais famosos de incêndio zumbi ocorreu durante muitos anos no Parque Nacional de Banff, no Canadá, e não se sabe se está totalmente controlado.
No início deste ano, o especialista em rios e pântanos do World Wildlife Fund - Índia, Lohit YT, observava anfíbios e répteis com alguns amigos no chuvoso sopé da cadeia de montanhas Ghats Ocidentais na Índia. Mas acabou fazendo uma descoberta especial: uma rã com um cogumelo brotando do corpo.
A descoberta surpreendeu os cientistas, que não sabem ainda como a estrutura foi parar ali. Falando ao Business Insider, o cientista Karthikeyan Vasudevan especulou que um pedaço de madeira pode ter entrado sob a pele do anfíbio. Alheia a tudo isso, a rã continua levando sua vida normal com o “colega”.