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10/07/2024 às 08:00•3 min de leituraAtualizado em 10/07/2024 às 08:00
Sobram na história da humanidade relatos de grandes inventores que dedicaram suas vidas à tentativa de criar coisas que pudessem mudar para melhor a vida das pessoas. No entanto, além de um trabalho desafiador e incerto, gerar uma novidade pode, por vezes, cobrar um valor muito alto, como a própria vida de seu criador.
Pode soar absurdo, mas algumas invenções levaram a vida das pessoas que se dedicaram a inventá-las certamente a uma situação pior do que fracassar na criação ou não conseguir comercializá-las. Ainda que inusitado, esses lamentáveis acidentes não são tão raros como se pode imaginar.
Conhecido com o "pai do voo planado", o alemão Otto Lilienthal é um dos pioneiros da história da aviação. Inventivo, Lilienthal descobriu como criar uma máquina mais pesada do que o ar capaz de voar. Seu trabalho foi amplamente documentado, de modo que convenceu a opinião pública de que voar poderia ser um grande negócio.
No entanto, após apresentar um projeto de planadores, o alemão viu sua vida chegar ao fim. Em 9 de agosto de 1896, durante um voo em um de seus planadores, ele ganhou velocidade e perdeu sua sustentação.
Seu planador virou com a parte frontal para baixo enquanto pairava a cerca de 15 metros. Otto Lilienthal despencou como se fosse uma pedra, quebrando o pescoço e tendo sua morte decretada no dia seguinte.
Nascido na Alemanha, mas naturalizado francês, Franz Reichelt tinha o sugestivo apelido de "alfaiate voador". Seu desejo era criar um dispositivo capaz de aliviar uma queda ou salto, semelhante a um paraquedas, pelo que é considerado um dos pioneiros no segmento. Após horas costurando e aperfeiçoando seu design, pediu permissão para executar uma queda com sua invenção a partir da Torre Eiffel, em Paris.
No dia 4 de fevereiro de 1912, ele escalou a torre até um ponto elevado que considerava alto o suficiente para testar a legitimidade de sua criação. Porém, disse às autoridades que não faria o salto utilizando um manequim: ele próprio iria pular. Reichelt despencou de uma altura de 57 metros, morrendo instantaneamente ao cair estatelado no chão.
Quem assistiu Os Jetsons sabe que a ideia de um carro voador é antiga. Michael Robert Dacre foi um desses sonhadores a tentar criar um veículo capaz de ir aos céus. No fim da década de 1980, ele lançou um produto chamado AVCEN Jetpod, que pretendia ser a revolução do transporte em pequena escala. A nave era pequena, silenciosa e dependia de pouco espaço para decolar e pousar.
Quase duas décadas depois, em agosto de 2009, apresentou um novo protótipo que dizia ser impressionante. Dacre tentou decolar três vezes sem sucesso. A quarta foi, literalmente, a última tentativa. Ao subir cerca de 304 metros, o Jetpod perdeu o controle e caiu, fazendo com que Dacre morressem instantaneamente.
Engenheiro e inventor, o canadense William Pitt trabalhava com tráfego de barcos na segunda metade do século XIX. Em 1903, Pitt desenvolveu um sistema de cabos subaquáticos muito inovador, instalado ao longo da trilha Kennebecasis. Isso permitiu que o tráfego de balsas aumentasse, melhorando a vida na região.
Por um breve período, pode acompanhar o sucesso de sua invenção. Porém, em 1909, Pitt caiu em algumas das máquinas de um ponto de desembarque, no sistema em que havia criado. Gravemente ferido pela queda, ele morreu dias depois.
Webster Wagner viveu na Nova York do século XIX. Grande inventor e empresário, foi responsável pela criação do vagão-leito e do vagão-sala que, além de gerar novas formas de transportar pessoas nos trens, ajudou a impulsionar o segmento. Seu sucesso fez com que abrisse a própria empresa, que guiou bem a ponto de se fundir com a principal concorrente.
Porém, Webster Wagner veria o fim da vida justamente na criação que lhe rendeu riqueza. Em 13 de janeiro de 1882, enquanto fazia uma viagem no vagão de luxo de sua companhia, seu trem colidiu com outro. Dias depois, seu corpo foi encontrado esmagado entre dois vagões.