Estilo de vida
31/05/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 31/05/2024 às 09:00
É sabido que a Lua orbita a Terra. O nosso planeta, por sua vez, está orbitando o Sol. Então, essa é a matemática inteira? Na realidade, não. O Sol também está orbitando o centro da Via Láctea, a nossa galáxia. E quanto à Via Láctea? Ela está orbitando alguma coisa no universo?
Nessa escala cósmica, as coisas ficam um pouco mais difíceis de visualizar. Por isso, para entendermos mais sobre esse tema, precisamos antes saber como as órbitas funcionam e o que esse processo todo representa.
Em termos resumidos, objetos tendem a exercer uma atração gravitacional um sobre o outro — o que faz com que eles desenvolvam uma ligação. Em casos onde um objeto é maior do que o outro, o centro de massa da relação acaba ficando dentro do corpo maior, o que significa que ele se moverá pouco em relação ao outro objeto que estará fazendo um caminho aproximadamente circular ao redor dele.
É por isso que planetas orbitam o Sol e o Sol orbita o centro da galáxia. Porém, a Via Láctea faz parte de um conjunto de galáxias denominado Grupo Local. Andrômeda, Triângulo e várias galáxias anãs são as outras participantes desse grupo. Como as massas desses objetos são comparáveis, o centro de massa situa-se sempre entre duas galáxias.
Em entrevista à Live Science, o astrônomo do Space Telescope Science Institute Sangmo Tony Sohn explicou essa relação. Segundo o pesquisador, como não há nada significativamente maior do que duas galáxias próximas, então elas acabam orbitando uma à outra. Contudo, a órbita da Via Láctea não é circular ou elíptica como as órbitas dos planetas ao redor do Sol.
Em vez de uma órbita elíptica, tanto a Via Láctea quanto Andrômeda estão em órbitas predominantemente radiais. E o que isso quer dizer? Como os dois corpos estão se puxando pela gravidade e não estão se movendo de nenhuma outra forma, o único movimento que eles fazem é em direção ao outro. Na realidade, a órbita da Via Láctea só não é perfeitamente radial porque há um pouco de movimento lateral entre as duas galáxias.
Por terem órbitas radiais, isso também significa que Via Láctea e Andrômeda inevitavelmente irão colidir no futuro. Mas não é preciso se preocupar, uma vez que isso só deve acontecer a cerca de 4,5 bilhões de anos. Suas estrelas individuais provavelmente não colidirão por terem enormes distâncias entre elas. Portanto, as galáxias praticamente passarão umas pelas outras e se separarão novamente.
Esse movimento deve continuar rolando ao longo de muitos e muitos anos, como se fosse um ioiô espacial, até elas finalmente se fundirem numa grande galáxia. Segundo Sohn, a junção delas poderá aquecer o gás ao longo dos espirais de cada galáxia suficientemente para formar novas estrelas.