Asteroide Bennu carrega elementos que originaram o Sistema Solar

14/07/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 14/07/2024 às 18:00

Uma nova pesquisa conduzida por pesquisadores da Utah Test and Training Range, do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, analisou de perto uma amostra coletada do asteroide Bennu pela missão OSIRIS-REx da NASA em outubro de 2020. Segundo os investigadores, o objeto revelou algumas surpresas há muito tempo esperadas.

A poeira do asteroide é rica em carbono e nitrogênio, assim como compostos orgânicos, que são componentes essenciais para a vida como a conhecemos. O exemplar também contém fosfato de magnésio e sódio, que sugerem que ele pode ter se separado de um planeta oceânico primitivo e minúsculo há muito tempo.

Exploração do asteroide Bennu

Fotografia tirada pelo OSIRIS-REx mostra aterrisagem da espaçonave no asteroide Bennu. (Fonte: Wikimedia Commons)
Fotografia tirada pelo OSIRIS-REx mostra aterrissagem da espaçonave no asteroide Bennu. (Fonte: Wikimedia Commons)

Lançada em setembro de 2016, a espaçonave OSIRIS-REx tinha como objetivo coletar uma amostra de rochas e poeiras na superfície do asteroide Bennu. Essa foi a primeira missão dos Estados Unidos a coletar uma amostra em um asteroide, que pesava 121 gramas e chegou à Terra em setembro de 2023.

“Esta descoberta não apenas responde a perguntas antigas sobre o sistema solar primitivo, mas também abre novos caminhos de investigação sobre a formação da Terra como um planeta habitável", disse o pesquisador principal do OSIRIS-REx, Dante Lauretta, em comunicado oficial.

Segundo ele, o artigo que descreve o estudo traz uma visão geral que desperta ainda mais curiosidade sobre o universo ao nosso redor. O documento também serve como uma introdução ao catálogo de amostras de Bennu, uma plataforma online criada para que cientistas do mundo todo possam solicitar material de amostras para suas próprias pesquisas a respeito do nosso Sistema Solar.

Composição do asteroide

Amostra do asteroide Bennu carrega informações cruciais sobre as origens de planetas primitivos no Sistema Solar. (Fonte: Wikimedia Commons)
Amostra do asteroide Bennu carrega informações cruciais sobre as origens de planetas primitivos no Sistema Solar. (Fonte: Wikimedia Commons)

A amostra de Bennu espelha o tipo de rocha encontrada nas profundezas da Terra, onde o material do manto — a camada abaixo da crosta terrestre — encontra água. A interação entre água do oceano e materiais do manto terrestre auxilia na formação de argila e dá origem a uma variedade de minerais, incluindo carbonatos, óxidos e sulfetos de ferro. 

Contudo, a descoberta mais impressionante de Bennu é a presença de fosfatos solúveis na água, que são componentes primordiais para toda forma de vida conhecida em nosso planeta. Isso sugere que o asteroide provavelmente teve um passado aquoso, tendo pertencido a um pequeno planeta primitivo oceânico no passado. Essa amostra também traz um vislumbre dos primeiros dias do nosso Sistema Solar, há mais de 4,5 bilhões de anos.

Como próxima etapa dos estudos, dezenas de outros laboratórios nos EUA e ao redor do mundo receberão amostras do Bennu para analisarem de perto. Com isso, a Equipe de Análise de Amostras da OSIRIS-REx espera continuar descobrindo novas informações surpreendentes sobre a origem e a evolução de planetas semelhantes ao nosso. 

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