Ciência
23/04/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 23/04/2024 às 18:00
Pesquisadores da Universidade de Rochester realizaram um estudo inovador, publicado no Journal of Neuroscience, que trouxe novas perspectivas sobre o intrigante processo de percepção das cores pelos olhos.
A chave para compreender a percepção de cores reside nos fotorreceptores da retina, conhecidos como cones. Esses cones, sensíveis a diferentes comprimentos de onda da luz, são responsáveis por detectar as nuances de vermelho, verde, azul e amarelo.
Até então, acreditava-se que a percepção de cores era mediada principalmente pelos chamados "eixos cardinais" da visão, estabelecidos através das respostas dos cones em oposição.
No entanto, os pesquisadores de Rochester descobriram que há mais do que se pensava na complexidade da retina. Utilizando a tecnologia de óptica adaptativa, originalmente desenvolvida para astronomia, eles conseguiram observar células ganglionares retinianas raras (RGCs), que desempenham um papel importante na percepção de cores.
O estudo identificou subtipos específicos de RGCs que são sensíveis a diferentes comprimentos de onda de luz e que contribuem para a percepção de cores. Essas células podem ter propriedades únicas de resposta a estímulos cromáticos e desempenhar um papel importante na codificação e transmissão de informações sobre cores ao cérebro.
Embora seus mecanismos não sejam totalmente compreendidos, a descoberta destas destes subtipos tem o potencial de desenvolver próteses retinianas mais sofisticadas que mimetizem de forma mais precisa a codificação de cores do sistema visual natural.
As células ganglionares da retina são um tipo especializado de neurônio localizado na camada mais interna da retina, o tecido sensível à luz localizado na parte posterior do olho, e são responsáveis por enviar sinais visuais ao cérebro através do nervo óptico.
Em seres humanos, estima-se que existam aproximadamente 1,2 milhão dessas células em cada olho. A densidade de RGCs é maior na região da fóvea, a área central da retina responsável pela visão detalhada e pela percepção de cores, e diminui gradualmente em direção à periferia da retina.
Problemas com as células ganglionares da retina podem levar a condições oculares como glaucoma, na qual o aumento da pressão intraocular pode danificar essas células, levando a uma perda progressiva da visão.
As RGCs recebem informações de dois tipos principais de células na retina: os fotorreceptores (cones e bastonetes), que detectam a luz, e células bipolares, que transmitem os sinais dos fotorreceptores.
Elas exibem uma variedade de respostas seletivas a diferentes características dos estímulos visuais, como orientação, movimento e contraste. Isso permite que elas codifiquem e transmitam informações detalhadas sobre a cena visual ao cérebro.
Uma vez que as RGCs integram e processam os sinais visuais recebidos, geram potenciais de ação que viajam ao longo de seus axônios, formando o nervo óptico. Esses potenciais de ação são então transmitidos ao cérebro, onde são interpretados e percebidos como imagens visuais.