Artes/cultura
04/06/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 04/06/2024 às 16:00
A sonda Chang’e-6 pousou no lado oculto da Lua com sucesso no domingo (2), conforme anunciou a Administração Espacial Nacional da China (CNSA). A missão histórica, que não tem tripulantes, representa um passo significativo nos objetivos do ambicioso programa espacial do país.
O pouso ocorreu na Bacia Polo Sul Aitken (SPA), em uma cratera de impacto chamada Bacia Apollo, localizada na área que não é visível da Terra. Trata-se de um terreno raramente explorado e que já havia sido visitado por outra espaçonave chinesa, a Chang’e-4, em 2019.
Segundo a CNSA, a região foi escolhida pelo valor potencial para exploração científica e as boas condições de pouso, além de ser melhor para a comunicação com a equipe de controle e o envio da telemetria. Ela também é relativamente mais plana, evitando acidentes durante as manobras de chegada.
Iniciada no último dia 3 de maio, quando ocorreu a decolagem no Centro de Lançamento Espacial Wenchang, na província de Hainan, a missão se aproximou da Lua uma semana depois. Desde então, a nave realizava a preparação para o pouso, que ocorreu sem maiores problemas.
A missão chinesa no lado oculto da Lua vai coletar amostras do solo e rochas lunares que serão enviadas para a Terra, se tornando a primeira da história a realizar tal experimento nessa área do satélite natural. Ela também deve realizar outros estudos no solo enquanto estiver ativa.
Para o processo de coleta, serão usados uma broca para perfurações e recolhimento de materiais no subsolo e um braço robótico que ficará responsável por recolher as amostras na superfície. A expectativa é que o trabalho seja concluído em dois dias, com o conteúdo ficando armazenado no módulo de pouso.
O passo seguinte é o retorno à órbita da Lua, usando um veículo de subida, quando as amostras serão transferidas para uma cápsula de reentrada que iniciará a viagem de volta à Terra. Se o cronograma original for cumprido à risca, a missão transportando a carga de 2 kg pousará na região rural da Mongólia no dia 25 de junho.
Estudar as amostras da superfície da face oculta da Lua pode resultar em novas pistas sobre a formação do satélite natural e as origens do sistema solar. O experimento também permitirá conhecer as diferenças entre a área inexplorada e o lado voltado para a Terra.
Pelo menos mais duas missões Chang’e devem ser lançadas pela China nos próximos anos, antes do envio da primeira missão tripulada do país, prevista para 2030. O gigante asiático tem planos de iniciar a construção de uma base lunar na próxima década, em parceria com a Rússia.