Artes/cultura
05/08/2024 às 12:00•3 min de leituraAtualizado em 05/08/2024 às 12:00
O clima da Terra está mudando, tornando eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos. Ondas de calor recordes, chuvas torrenciais e incêndios florestais devastadores são sinais claros dessas mudanças, que impactam diretamente nossas vidas e nosso futuro globalmente. O que está causando essa transformação no clima?
Historicamente, o clima da Terra passou por períodos de aquecimento e resfriamento. No entanto, a taxa de mudança atual é alarmante. Nesse momento, não há como fugir: somos nós, os seres humanos, os grandes responsáveis pelo aumento da velocidade do aquecimento.
A atividade humana, especialmente a queima de combustíveis fósseis desde a Revolução Industrial, liberou grandes quantidades de gases de efeito estufa como dióxido de carbono e metano na atmosfera. Esses gases retêm o calor, aumentando a temperatura global, resultando em um planeta mais quente e com o clima desequilibrado. A Terra, por sua vez, responde de diversas formas.
As ondas de calor são um dos efeitos mais visíveis dessa mudança. Nos últimos anos, temos visto temperaturas recordes em várias partes do mundo. Em 2024, Las Vegas, nos EUA, atingiu 49 °C, e a Arábia Saudita registrou mais de 1.300 mortes em Meca, onde a temperatura chegou nos 52 °C.
Esses eventos são causados por sistemas atmosféricos de alta pressão que, com o aquecimento global, estão se tornando mais fortes e duradouros. O calor extremo não só coloca vidas em risco, mas também aumenta a demanda por energia, pressionando nossos recursos e infraestruturas.
Outro fenômeno agravado pelas mudanças climáticas é a precipitação extrema. A atmosfera mais quente retém mais vapor de água, resultando em chuvas intensas e inundações devastadoras, como as que mataram mais de 300 pessoas no Afeganistão em 2024. Rios atmosféricos (ou rios "voadores"), corredores de vapor de água no céu, estão se tornando mais carregados e liberando maiores volumes de chuva ao encontrar obstáculos.
No Rio Grande do Sul, chuvas intensas causaram inundações devastadoras, destruindo infraestrutura, desabrigando milhares e causando grandes perdas econômicas. Assim como em outras regiões, as mudanças climáticas estão aumentando a frequência e a severidade desses eventos no Brasil, exigindo mais atenção e medidas de mitigação.
Os incêndios florestais também estão se tornando mais frequentes e intensos. Nos Estados Unidos, mais de 1,7 milhão de acres de terra foram queimados nos primeiros três meses de 2024. As condições mais secas e quentes criam um ambiente propício para esses incêndios, que são exacerbados por ventos fortes.
E não podemos esquecer das secas. As regiões que já são propensas a períodos secos estão enfrentando condições ainda mais severas e prolongadas. A "megasseca" no oeste dos Estados Unidos é uma das piores dos últimos 1.200 anos, acentuada pelas altas temperaturas que aumentam a evaporação da umidade do solo e dos corpos d'água.
Os ciclones tropicais, como furacões e tufões, estão se tornando mais poderosos, intensificando-se rapidamente e movendo-se mais lentamente devido às águas quentes do oceano, o que resulta em mais danos.
O furacão Harvey, que atingiu os EUA em 2017, foi um dos primeiros eventos em que cientistas mediram o impacto direto das mudanças climáticas, descobrindo que a precipitação foi 15% mais intensa devido ao aquecimento global.
A turbulência aérea, outro efeito menos discutido das mudanças climáticas, também está em ascensão. A turbulência de "ar limpo", que é altamente imprevisível e uma das principais causas de incidentes de aviação, está se tornando mais comum devido às mudanças nos padrões atmosféricos causadas pelo aquecimento global.
Esses eventos extremos não são apenas eventos isolados; são parte de um padrão maior causado pelas mudanças climáticas. A cada grau de aquecimento, a frequência e a intensidade desses eventos aumentam, colocando vidas e economias em risco.
Embora a conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas esteja crescendo, ainda há um longo caminho a percorrer para mitigar seus efeitos e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.