Como as civilizações antigas lidavam com o calor extremo?

19/10/2024 às 15:002 min de leituraAtualizado em 19/10/2024 às 15:00

Hoje, com temperaturas subindo e o calor batendo recordes, não conseguimos imaginar nossas vidas sem um ventilador ou ar-condicionado ao lado. Mas, nossos ancestrais, que viviam em lugares tão ou até mais quentes, tinham truques na manga para se manter frescos.

Construção com sabedoria e criatividade

Um exemplo de captador de vento. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Um exemplo de captador de vento. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Na antiga Mesopotâmia, os sumérios dominaram a arte de lidar com o calor no sul do Iraque. Eles não tinham ar-condicionado, mas tinham uma solução incrível: paredes de barro! As paredes grossas de adobe absorviam o calor do sol durante o dia e liberavam o calor gradualmente à noite, mantendo o interior das casas sempre mais fresco.

As janelas eram pequenas para impedir que o sol entrasse em cheio e as casas eram todas grudadas umas nas outras, criando sombra natural. Assim, quem passava pelas ruas se sentia um pouco mais aliviado, mesmo sob o sol escaldante.

Do Egito Antigo ao Império Persa, os engenheiros também tinham uma estratégia eficiente: os captadores de vento. Eram aberturas nas construções projetadas para captar o vento e direcioná-lo para dentro das casas, criando uma ventilação natural que proporcionava um alívio imediato.

Já os puebloans, nativos norte-americanos do sudoeste dos Estados Unidos, tinham outra sacada inteligente: construir suas moradias embaixo de penhascos, onde a sombra das rochas protegia do sol intenso no verão e, no inverno, eles aproveitavam a luz do sol para aquecer suas casas. Genial, né?

Quando água e sombra eram ouro

Pirâmide maia. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Pirâmide maia. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Não era só na arquitetura que essas civilizações mandavam bem. Elas também sabiam gerenciar a água, um recurso tão valioso quanto ouro em regiões áridas. Os califados muçulmanos, por exemplo, criaram sistemas sofisticados de captação de água da chuva.

Durante o século VIII, no norte da África e no sul da Espanha, eles usavam telhados inclinados e pátios para direcionar a água para cisternas subterrâneas, garantindo reservas de água para quando a seca apertasse.

E não era só para beber, não! Eles também usavam essa água para irrigar jardins internos, que refrescavam o ambiente e traziam aquele verdinho que a gente ama ver, especialmente no calor.

Por sua vez, os maias e os habitantes de Teotihuacan, no México, também eram mestres em aproveitar o que a natureza oferecia. Eles construíram sistemas urbanos de captação de água da chuva, com pirâmides e aquedutos que direcionavam o precioso líquido para grandes cisternas.

Isso garantiu que suas cidades pudessem suportar longas estações secas e, de quebra, ajudava a resfriar o ambiente naturalmente.

Esses conhecimentos, que hoje podem parecer distantes, já estão sendo redescobertos em lugares como a Índia, onde as cidades também estão tentando se adaptar a temperaturas cada vez mais altas. Diante do aquecimento global, talvez seja hora de resgatar essas ideias antigas e usá-las para enfrentar o futuro.

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