Ciência
28/07/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 28/07/2024 às 10:00
Por várias gerações, os moradores do sul da Califórnia, nos Estados Unidos, esperam a chegada do "Big One". Esse é o nome dado para um terremoto que deve atingir a falha de San Andreas com magnitude de 7,8 ou 8 na escala Richter em um futuro próximo. A cidade de Los Angeles, no entanto, fica a apenas 48 km de distância do epicentro do fenômeno, onde duas placas tectônicas raspam uma contra a outra.
Por isso, sempre houve um medo intenso de que Los Angeles seria devastada por esse acontecimento, com estimativas de 1,8 mil mortes, 50 mil feridos e US$ 200 bilhões em danos. Contudo, uma nova simulação de terremotos feita por pesquisadores da Universidade Estadual de San Diego afirma que o Big One pode não ser tão destrutivo quanto antes se pensava.
Em um artigo ainda não revisado por pares, os pesquisadores teorizam que a rede de bacias sedimentares interconectadas ao redor de Los Angeles agiria como um "guia de ondas", absorvendo os movimentos dos terremotos e reduzindo o movimento do solo em até 50%.
De acordo com os dois especialistas envolvidos no estudo, Kim Bak Olsen e Te-Yang Yeh, o modelo feito em 2008 pela California Geological Survey precisava de atualizações. Graças às novas tecnologias, foi possível incorporam características geológicas mais complexas para medir o grau de destruição do terremoto.
O modelo mais novo apresenta boas notícias para a região. Yeh e Olsen escrevem que as bacias particularmente profundas de San Bernardino e Chino teriam "impacto substancial nas ondas de longo período".
Embora as notícias recentes sejam animadoras para o povo da Califórnia, os pesquisadores alertam: ainda é preciso manter o sinal de alerta ligado para a eventual existência do Big One. Apesar de as estimativas atuais não serem tão assustadoras quanto o que foi previsto anteriormente, os movimentos do solo no novo cenário "ainda serão profundos" e podem provocar danos substanciais.
Historicamente, o estado da Califórnia é conhecido por registrar grandes números de terremotos. Em novembro de 2023, a região registrou um tremor de magnitude 4,2 na costa norte do estado norte-americano. Segundo informações do Serviço Geológico dos EUA, o terremoto ocorreu a uma profundidade de 8 km, sendo seguido por réplicas.
Em 1906, um tremor de magnitude 7,8 — semelhante ao que aconteceria com o Big One — destruir parte da cidade de São Francisco e provocou a morte de 3 mil pessoas. Dessa forma, por mais que as bacias da área possam amenizar os efeitos de um novo terremoto crítico, o cenário ainda pode ser grave e diversos cuidados precisarão ser tomados no futuro próximo.