Artes/cultura
23/04/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 23/04/2024 às 12:00
Os tardígrados são os bichos mais resistentes do mundo e existem há mais de 600 milhões de anos, sendo mais antigos que os dinossauros. Eles suportam níveis de radiação ionizante até cerca de 1 mil vezes a dose letal para os humanos. E o motivo para isso está na capacidade de conserto do DNA, apontam cientistas.
Um estudo recente divulgado na revista científica Current Biology por demonstrou a irradiação nessas criaturas microscópicas induz a uma rápida e dramática superexpressão de certos genes de reparo do material genético.
Os pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill demonstram que a expressão aumentada de alguns desses genes de reparo pode aumentar a tolerância à radiação. Ao expressar genes de tardígrado em bactérias, eles evidenciaram que essa estratégia pode proteger contra os efeitos danosos da radiação.
A resposta dos tardígrados à radiação é impressionante também devido à rapidez e eficiência com que eles ativam os genes de reparo do DNA e pode ajudar a proteger outros animais da radiação prejudicial.
Apesar de sua pequena estatura e aparência aparentemente simples, os tardígrados possuem uma complexidade biológica surpreendente. Eles pertencem ao filo Tardigrada e existem atualmente mais de 1.300 espécies descritas em todo o mundo, variando em tamanho de 0,1 a 1,5 milímetro de comprimento.
Esses seres microscópicos são encontrados em uma variedade de habitats, desde os topos das montanhas até as profundezas dos oceanos, e até mesmo em ambientes extremos como o Ártico e o deserto.
Os tardígrados, conhecidos como ursos d'água são mestres da sobrevivência, capazes de resistir a condições que seriam fatais para a maioria dos outros organismos.
Essas criaturas têm capacidade de entrar em estados de dormência prolongada, resistência a temperaturas extremas e se alimentam de uma grande variedade de fontes de alimentos.
A capacidade de resiliência desses animais microscópicos tem origem nas características biológicas e adaptativas extraordinárias que lhes permitem sobreviver em uma variedade de condições extremas.
Quando enfrentam secas prolongadas, os tardígrados entram em um estado conhecido como criptobiose, no qual desidratam seus corpos até cerca de 3% do seu teor de água original. Nesse estado, sua atividade metabólica diminui drasticamente, permitindo-lhes sobreviver por períodos prolongados sem água.
Os tardígrados foram descobertos pela primeira vez em 1773. Desde então, a sua incrível resistência tem sido objeto de pesquisas científicas, em campos como biologia molecular, ecologia, astrobiologia e biotecnologia.
Estudar como esses organismos sobrevivem nessas condições pode fornecer percepções valiosas sobre a biologia da sobrevivência e adaptabilidade, até mesmo fora do planeta Terra.
Devido à sua capacidade de sobreviver em ambientes extremos, eles fornecem informações importantes sobre os limites da vida e as condições necessárias para a sobrevivência em ambientes hostis como a Lua.
Além de tudo, esses seres microscópicos são parte integrante dos ecossistemas terrestres e aquáticos e desempenham papéis importantes na ciclagem de nutrientes e na manutenção da biodiversidade.