Artes/cultura
20/03/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 21/03/2024 às 16:01
Diversos estudos já demonstraram como os microplásticos estão em todos os lugares. Evitá-los, muitas vezes, parece ser uma tarefa impossível, dado o seu tamanho diminuto que possibilita altas concentrações nos mares, no ar, e mesmo nos alimentos que ingerimos.
Como consequência disso, essas partículas também estão espalhadas por diversos pontos do nosso corpo, como no coração, no cérebro e mesmo na placenta humana, dentre as gestantes. E os efeitos disso ainda não são totalmente compreendidos, o que torna esse cenário bastante preocupante.
Mas nem tudo está perdido e já podemos dar um primeiro passo para evitar ingeri-las: cientistas chineses prometem ter uma solução simples para remover os microplásticos da água.
Dizem que as soluções mais incríveis também podem ser as mais simples, e segundo pesquisadores da Guangzhou Medical University e da Jinan University, na China, é exatamente esse um dos casos. As descobertas foram compartilhadas no periódico Environmental Science & Technology Letters no final de fevereiro.
Para a remoção de microplásticos de um copo de água, os estudiosos não recorreram a nenhum artifício muito elaborado, muito pelo contrário: o simples ato de ferver a água proporcionou o resultado que eles estavam procurando, fazendo com que essas partículas ficassem isoladas após deixar o líquido esfriar por 10 minutos.
Isso foi percebido quando ferveram a água que sai das torneiras. Na análise dos pesquisadores chineses, pelo menos 90% das micropartículas foram removidas da água a partir do processo de fervura e filtragem, reduzindo substancialmente a ingestão desse composto tão nocivo. Mas como isso foi possível?
À medida que é aquecida, a amostra de água, que naturalmente apresenta uma leve presença de calcário, apresentou esse efeito. Ou seja, o carbonato de cálcio, na verdade, foi o segredo, sendo o responsável por envolver os microplásticos em uma espécie de crosta, deixando-os encapsulados e, portanto, separados da água.
Assim, ao utilizar um filtro após aquecer a água, a exemplo do que adotamos para coar o café, é o suficiente para tornar a água segura para ser consumida. A eficácia desse método esteve relacionada apenas à concentração do carbonato de cálcio. Se havia mais dele presente em água, mais eficiente se tornava a separação do microplástico e a filtragem depois.
Considerando que os microplásticos saem das torneiras, todo cuidado é pouco. Isso porque, para quem quer levar essa dica a sério, vale lembrar que não é nada recomendado colocar a água filtrada em uma garrafa de plástico depois!
Segundo outro estudo divulgado no início deste ano, sobre o qual falamos nesta matéria, uma simples garrafinha de plástico de 1 litro de água apresenta nada menos de 240 mil pedaços de microplásticos no seu interior.
Dentre as partículas analisadas, o polietileno tereftalato (PET) se destacou, atingindo as maiores concentrações. Para quem se pergunta o que isso significa, esse valor é cem vezes superior ao que se estimava estar presente nas opções de águas engarrafadas que adquirimos no supermercado.
Ficou com alguma dúvida? Conte para gente em nossas redes sociais e aproveite para compartilhar a matéria com os seus amigos. Até breve!