Artes/cultura
23/06/2024 às 17:00•2 min de leituraAtualizado em 23/06/2024 às 17:00
Também conhecido como "porta de entrada para o inferno" e "terra da morte", Dallol, na Etiópia, é considerado o local mais quente da Terra. As médias de temperatura da cidade vão muito além dos já altos 35 °C do nordeste brasileiro, por exemplo; podendo atingir os 47 °C no verão, e por isso também é considerado inóspito.
Por outro lado, mesmo suas características mais perigosas não escondem a exuberância de suas paisagens.
A região está cercada pelo deserto de Danakil, que fica a cerca de 120 metros abaixo do nível do mar. Por lá, as cores que se destacam no horizonte revelam algumas das particularidades presentes no solo. De primeira, as cores vibrantes do deserto são o que chamam a atenção: tons terrosos e amarelados revelam parte dos processos ocorridos nessa região há milhares de anos.
No passado, muito material vulcânico foi expelido em Dallol, e há pontos que podem atingir os 60 °C, o que explica hoje a presença de fontes termais em que as águas borbulham. Essas temperaturas mais elevadas, inclusive, fazem com que sal e minérios presentes na superfície acabem se dissolvendo de forma contínua e gradual. Os tons terrosos ainda evidenciam a presença massiva de ferro e minerais na crosta, que é bastante fina.
Os campos de enxofre, por outro lado, deveriam ser o suficiente para manter as pessoas afastadas, mas, na verdade, acabam despertando ainda mais curiosidade. Ou seja, parece cenário de ficção científica, mas é incrivelmente real.
Apesar dos desafios, Dallol é destaque na extração de sal. Isso porque, desde tempos mais remotos, o chamado "ouro branco" chegou a ser usado como moeda na Etiópia, sendo uma prática que perdurou até meados do século XX. Hoje, muitas das minas foram abandonadas, mas ainda assim, há quem se aventure nessa prática.
Politicamente falando, Dallol também está relativamente próxima de conflitos locais, como os travados entre a Etiópia e a Eritreia, mas ainda assim, há turistas curiosos para conhecer o local. Fato é que, apesar dos seus pontos negativos, trata-se de uma paisagem natural e rara, que também ajuda a trazer destaque para o continente africano.