É verdade que a Terra tem uma segunda Lua?

11/09/2024 às 09:002 min de leituraAtualizado em 11/09/2024 às 09:00

Você já ouviu falar de uma segunda lua da Terra? Se isso parece novidade, você não está sozinho. A verdade é que, enquanto olhamos para o céu à noite e admiramos a única Lua que conhecemos desde a infância, existe outro corpo celeste que compartilha o espaço ao redor da Terra: o asteroide 3753 Cruithne

Ele não é exatamente uma lua, mas um “quase-satélite”, o que significa que, apesar de não orbitar a Terra da mesma forma que a Lua, ele segue um caminho peculiar que o faz parecer estar sempre por perto.

Uma quase-Lua

Cruithne é um asteroide que orbita a Terra numa órbita incomum. (Fonte: Star Walk, Vito Technology, Inc./ Divulgação)
Cruithne é um asteroide que orbita a Terra numa órbita incomum. (Fonte: Star Walk, Vito Technology, Inc./ Divulgação)

Cruithne foi descoberto em 1986, mas só teve sua órbita completamente mapeada em 1997. Apesar de pequeno, com cerca de 5 quilômetros de diâmetro, sua presença ao redor da Terra levanta muitas questões sobre a dinâmica do nosso sistema solar

Cruithne não se comporta como a Lua ou os satélites artificiais que lançamos no espaço. Em vez de seguir uma órbita elíptica regular, ele se move em um padrão chamado de órbita "ferradura". Mas o que isso significa?

Para entender, imagine que estamos observando o sistema solar a partir de um ponto que gira junto com a Terra ao redor do Sol. A Terra pareceria estacionária (parada) sob essa perspectiva. Cruithne, por sua vez, se aproximaria da Terra, giraria ao redor dela e, depois, se afastaria, apenas para repetir o movimento no lado oposto. Esse vai e vem se assemelha ao formato de uma ferradura, daí o nome da órbita.

Ilustração mostra o tempo gasto por Cruithne (Fonte: Star Walk, Vito Technology, Inc./ Divulgação)
Ilustração mostra o tempo gasto por Cruithne para orbitar o Sol (esq.) e o ciclo completo ao redor da Terra (dir.). (Fonte: Star Walk, Vito Technology, Inc./ Divulgação)

Essa órbita peculiar faz com que Cruithne leve 770 anos para completar um ciclo ao redor da Terra. Durante esse tempo, ele também orbita o Sol, o que dura cerca de 364 dias, quase o mesmo que o ano terrestre. Por essa razão, ele parece seguir a Terra em sua jornada pelo espaço, e isso o levou a ser apelidado de "segunda lua". 

Como você já deve ter percebido, essa alcunha é um pouco enganosa, já que, tecnicamente, ele não é uma lua como a que conhecemos.

Outras "quase-luas"

Ilustração mostra a comparação em tamanho do Cruithne com o Monte Everest. (Fonte: Space Reference/ Divulgação)
Ilustração mostra a comparação em tamanho do Cruithne com o Monte Everest. (Fonte: Space Reference/ Divulgação)

Cruithne é apenas um dos muitos asteroides que compartilham o espaço próximo à Terra. Vários outros objetos têm órbitas que ressoam com a Terra, o que faz com que, de tempos em tempos, eles se aproximem de nós. 

Além disso, existe a possibilidade de termos outros candidatos à "segunda lua" escondidos no espaço, só esperando para serem descobertos, como é o caso do asteroide 2023 FW13, encontrado recentemente. 

No entanto, nenhum desses objetos é tão notável quanto Cruithne, que tem uma órbita tão complexa e fascinante que os astrônomos continuam a estudá-lo para entender melhor o funcionamento do nosso sistema solar. 

Um fato interessante é que Cruithne não ficará por aqui para sempre. Em cerca de 8.000 anos, ele deve passar perto de Vênus, o que pode alterar drasticamente sua órbita, possivelmente afastando-o da Terra para sempre

Enquanto isso, sua presença nos lembra que o sistema solar está em constante mudança e que, por mais que pensamos conhecer o espaço, sempre há algo novo a descobrir.

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