Equação que calcula se existe vida fora da Terra é atualizada, mas o que isso significa?

10/06/2024 às 12:002 min de leituraAtualizado em 10/06/2024 às 12:00

Um novo estudo publicado na revista Scientific Reports traz uma hipótese diferente para a clássica dúvida sobre estarmos ou não sozinhos no universo. A pesquisa, que usa princípios da chamada equação de Drake, adiciona novos elementos na jornada de busca por vida fora da Terra.

O resultado do estudo foi publicado em abril deste ano por Robert J. Stern e Taras V. Gerya, em uma parceria da Universidade do Texas com a ETH-Zurich, na Suíça. 

De forma resumida, o modelo da dupla é mais pessimista do que outros estudos similares, já que dificulta o cenário para que planetas sejam capazes de sustentar não apenas formas de vida, mas também um salto evolucionário radical como o que aconteceu por aqui.

O que é a equação de Drake?

Idealizada pelo astrofísico norte-americano Frank Drake, a equação de Drake é um cálculo de probabilidade que tenta estabelecer as variáveis necessárias para que uma civilização alienígena de qualquer parte do universo entre em contato com a Terra.

Quantidade de estrelas no céu é uma das variáveis para medir vida extraterrestre. (Fonte da imagem: GettyImages)
Quantidade de estrelas no céu é uma das variáveis para medir vida extraterrestre. (Fonte da imagem: Getty Images)

Essa fórmula é baseada principalmente na experiência humana, mas também considera a quantidade de estrelas que indicam planetas próximos em zonas habitáveis e a possibilidade de esses serem transmitirem sinais detectáveis no espaço.

Essa abordagem é uma espécie de sucessora dos estudos do italiano Enrico Fermi. Seus apontamentos, hoje condensados no chamado paradoxo de Fermi, sugere que há milhares de planetas que seriam capazes de abrigar vida. 

Porém, para Fermi, a própria falta de comunicação com outras civilizações seria uma prova de que planetas civilizados como o nosso não seriam uma realidade.

A nova hipótese sobre vida fora da Terra

No estudo de Stern e Gerya, os pesquisadores adicionaram uma nova variável à equação de Drake para determinar a viabilidade de um planeta de sustentar uma civilização. 

Basicamente, para eles, a estrutura da Terra fez toda a diferença para a nossa evolução — em especial a presença de placas tectônicas em constante movimento, que teriam permitido um "salto" biológico na fauna local.

As placas tectônicas separaram a terra firme em continentes e oceanos. (Fonte da imagem: GettyImages)
As placas tectônicas separaram a terra firme em continentes e oceanos. (Fonte da imagem: Getty Images)

De acordo com as conclusões do artigo, o movimento de placas rochosas abaixo da crosta é essencial para que um planeta desenvolva oceanos e continentes. Essas ações expõem o planeta a elementos como fósforo e ferro, nutrientes absorvidos pelo solo e que estimulariam inclusive o nível de oxigênio.

É essa combinação de fatores, exemplificada pela formação de oceanos e continentes por movimentações de placas tectônicas, que permite a evolução e o desenvolvimento da vida. 

Dessa forma, o cálculo de vida extraterrestre pela equação de Drake agora precisa levar em conta também se o exoplaneta em questão apresenta essa formação geológica para permitir "saltos" como os observados na Terra.

Fonte

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