Gravuras rupestres de 2 mil anos atrás são descobertas no Tocantins

26/03/2024 às 10:002 min de leituraAtualizado em 26/03/2024 às 10:00

Localizado ao sul da floresta amazônica, na transição entre o cerrado e a caatinga, o Jalapão abriga encantos que vão muito além das suas belezas naturais. São cerca de 34 mil quilômetros quadrados cobertos por dunas, rochas gigantescas, rios de água cristalina e cachoeiras.

É a partir deste período do ano, inclusive, que o clima mais ameno favorece as visitas e dá um aspecto ainda mais belo às dunas de areia douradas, que podem atingir os 30 metros de altura.

E graças ao trabalho de pesquisadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que conduziram investigações na região ao longo dos anos de 2022 e 2023, hoje sabemos que por lá também há muitas belezas dotadas de grande valor histórico e que permaneceram escondidas por milênios.

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Descobertas no Jalapão ocorreram a partir de estudos conduzidos ao longo de anos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Obras rupestres reveladas no Jalapão

O trabalho na região que vem se concentrando no campo arqueológico tem rendido descobertas sobre as civilizações anteriores ao período colonial que habitavam o local no passado. Mais de 16 sítios arqueológicos já foram descobertos no seu interior, dando vida a um complexo riquíssimo, situado na porção leste do estado do Tocantins.

Gravuras rupestres feitas há cerca de 2 mil anos se destacam nas falésias que continuam sendo moldadas pelo desgaste erosivo na região e estão relativamente próximas umas das outras. Por serem semelhantes, indicam que havia alguma ligação entre as obras. Dentre os símbolos traçados, há pegadas humanas e mesmo imagens de animais selvagens, como porcos.

Há ainda gravuras que remetem a corpos celestes. De certa forma, pode-se dizer que elas deixam perguntas sem respostas. Alguns locais também apresentam pinturas vermelhas, possivelmente feitas por um grupo que viveu em outro período. Vale destacar que outras evidências já coletadas no local já indicavam que as habitações humanas remontam há 12 mil anos.

Ou seja, em meio a evidências mais antigas, como artefatos de cerâmica, ainda há outras estruturas moldadas mais recentemente, mas feitas antes que houvesse o contato entre os povos nativos e os europeus, durante a colonização das Américas. Enquanto os estudos avançarem, pesquisadores conseguirão juntar novas pistas e fornecer mais informações sobre essas obras deixadas para trás.

(Fonte:  Rômulo Macedo/Iphan - TO/Reprodução)
Gravuras rupestres foram encontradas em área com falésias. (Fonte: Rômulo Macedo/Iphan - TO/Reprodução)

Região do Jalapão é ameaçada por diferentes fatores

Apesar desse esforço ter rendido descobertas tão importantes que revelam parte de um passado desconhecido, pesquisadores entendem que é grande a necessidade de adotar medidas para conservar o local, o qual é o principal destino turístico do estado do Tocantins.

Isso considerando ainda que apenas parte do território do Parque Estadual do Jalapão possui a condição de unidade de preservação. Além do desgaste da ação do vento, o desmatamento, o vandalismo e mesmo incêndios florestais ameaçam essa área.

Vale destacar ainda que o Tocantins é tido como um local com grande potencial de descobertas para a pesquisa arqueológica, e por isso o Iphan também tem investido em ações para ampliar a conscientização sobre esse tema.

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